
Enquanto muitos fabricantes passaram os últimos anos tentando eletrificar suas linhas de veículos, o mercado começou a dar sinais de que talvez o futuro 100% elétrico não seja tão inevitável assim.
A demanda por EVs esfriou, e montadoras que investiram bilhões em plataformas elétricas agora estão sendo forçadas a repensar suas estratégias. A verdade é que, para muitos motoristas, o carro elétrico ainda não convence.
Nesse cenário, surge uma solução inesperada – e até um tanto provocadora.
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Em vez de transformar carros a combustão em elétricos, a Horse Powertrain quer fazer o caminho inverso: transformar carros elétricos em híbridos com motor a combustão.
Sim, você leu certo. A empresa, uma joint venture 50/50 entre a Renault e a gigante chinesa Geely, vai apresentar seu conceito Future Hybrid Concept (FHC) no Salão de Xangai.

E um dos principais apoiadores do projeto é ninguém menos que a Aramco, a estatal saudita do petróleo – que, claro, tem todo o interesse do mundo em manter o motor a combustão vivo.
A ideia pode soar retrógrada, mas tem lógica. Muita gente ainda prefere um carro híbrido – mais prático, com menos dependência de infraestrutura de recarga – do que um EV puro.
A Toyota vem dizendo isso há anos. Agora, a Horse Powertrain parece ter encontrado uma forma de atender essa fatia crescente do mercado sem que as montadoras precisem rasgar seus planos elétricos.
O segredo está no módulo compacto da FHC: uma unidade que integra motor a combustão, motor elétrico e transmissão, tudo em um só pacote fácil de instalar.
Ele pode substituir diretamente o motor elétrico dianteiro de um EV, com mínimas alterações na estrutura do carro. E mais: aceita diferentes combustíveis, de gasolina tradicional até etanol (E85), metanol (M100) e combustíveis sintéticos.
Na prática, isso significa que marcas com linhas 100% elétricas, que hoje encalham nas concessionárias, poderão rapidamente transformá-las em modelos híbridos com pouco gasto e sem mexer nas fábricas.
A ideia é permitir que EVs e híbridos sejam produzidos lado a lado, usando a mesma linha de montagem – um verdadeiro plug-and-play industrial. A produção desses sistemas está prevista para começar em 2028.
Ainda não há informações sobre potência ou desempenho, mas a mensagem é clara: o motor a combustão ainda tem espaço no futuro.
Em vez de ser aposentado, ele pode se reinventar como peça-chave de uma nova fase da mobilidade. E, nesse jogo de sobrevivência, até os carros elétricos podem acabar bebendo gasolina.
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