
A Jaguar Land Rover (JLR) enfrenta uma crise sem precedentes após um ciberataque atingir seus sistemas internos, forçando a montadora a paralisar a produção de veículos e interromper atividades comerciais em diversos países.
O ataque, confirmado pela própria empresa, obrigou o desligamento completo dos sistemas de TI e afetou desde o funcionamento das fábricas até a entrega de carros aos clientes nas concessionárias.
A falha foi identificada na última segunda-feira e levou a JLR a iniciar, já no dia seguinte, um processo emergencial de desligamento total da rede para conter o dano.
Desde então, a marca britânica trabalha com especialistas em cibersegurança e com a polícia para tentar restaurar suas operações de maneira segura e controlada. Não há, até o momento, previsão para que tudo volte ao normal.
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O impacto do ataque é tão grande que os funcionários das fábricas em Solihull e Halewood — responsáveis por modelos como Range Rover e Range Rover Sport — foram dispensados até pelo menos o dia 9 de setembro.
Concessionárias também estão com atividades comprometidas: não é possível registrar carros eletronicamente, fazer entregas, codificar peças nem encomendar novos componentes.
Para contornar o caos, os revendedores passaram a registrar manualmente os veículos junto aos órgãos oficiais britânicos, como o DVLA.
A situação se tornou ainda mais crítica por ter ocorrido durante o chamado “new plate day”, um dos dias mais importantes do calendário comercial automotivo no Reino Unido, quando as novas placas anuais são disponibilizadas.

O site público da JLR segue funcionando, inclusive com o configurador de veículos ativo, mas tudo por trás da operação está desligado.
Segundo o jornal britânico The Telegraph, o grupo responsável pelo ataque seria o Scattered Spider — o mesmo que invadiu os sistemas da Marks & Spencer meses atrás, causando prejuízos de mais de 300 milhões de libras.
Dessa vez, eles teriam agido em conjunto com outro grupo, o Shiny Hunters, e alegam ter explorado uma falha no software SAP Netweaver, usado pela JLR.
A falha havia sido alertada anteriormente pela agência americana CISA, que chegou a emitir um aviso sobre a vulnerabilidade. Um patch foi liberado, mas ainda não está claro se a Jaguar Land Rover chegou a aplicar a atualização.
Em grupos no Telegram, os hackers divulgaram imagens internas dos sistemas da empresa, sugerindo acesso completo.
A empresa nega, por enquanto, que dados de clientes tenham sido comprometidos. Também não há informações sobre eventuais pedidos de resgate ou negociações com os invasores.
Ainda segundo The Telegraph, os grupos hackers seriam compostos, em sua maioria, por adolescentes de países de língua inglesa.
O ataque representa um duro golpe na credibilidade da JLR e expõe uma fragilidade alarmante em seus sistemas de segurança cibernética — algo especialmente sensível em uma era em que os carros conectados e digitalizados dependem, mais do que nunca, de redes seguras e atualizadas.
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