
A Jaguar Land Rover começou a retomar sua produção nesta semana após mais de cinco semanas de paralisação causada por um ataque cibernético devastador que derrubou os sistemas de TI da montadora em 1º de setembro.
O retorno das atividades está sendo feito de forma gradual, com algumas fábricas voltando a operar apenas agora, no início de outubro.
Na quarta-feira, 8 de outubro, a empresa reativou as plantas de motores e baterias localizadas em West Midlands, além das operações de estamparia nas fábricas de Castle Bromwich, Solihull e Halewood, todas no Reino Unido.
Em Solihull, também voltaram a funcionar as áreas de pintura, funilaria e o centro logístico responsável pelo envio de peças para outras unidades da marca no mundo.
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A montadora britânica pretende ainda nesta semana retomar a produção de veículos nas fábricas de Nitra, na Eslováquia, onde é produzido o Land Rover Defender, e em Solihull, onde são montados o Range Rover e o Range Rover Sport.
No entanto, ainda não há previsão concreta para o retorno da produção dos modelos Range Rover Velar e Jaguar F-Pace, também feitos em Solihull.
Mais preocupante é a situação da fábrica de Halewood, responsável por modelos de volume como o Range Rover Evoque e o Discovery Sport.
Por lá, a linha de montagem segue completamente parada, e a empresa ainda não anunciou uma data oficial para o reinício da produção.
Diante da gravidade da crise, a JLR foi obrigada a implementar medidas emergenciais.

Para conter os danos financeiros e garantir o abastecimento, a montadora alterou temporariamente sua política de pagamentos aos fornecedores, oferecendo pagamento à vista por tempo limitado, em vez do prazo padrão de 60 dias após a emissão das faturas.
Como parte de sua recuperação financeira, a empresa conseguiu no mês passado um empréstimo de £1,5 bilhão (cerca de R$ 9,3 bilhões), com apoio do governo britânico.
Além disso, busca levantar mais £2 bilhões no mercado para manter as operações durante este período crítico.
O impacto do ataque hacker foi brutal: no trimestre encerrado em 30 de setembro, as vendas por atacado da JLR – sem contar a joint venture com a Chery na China – caíram em 24,2%, o equivalente a 66.165 unidades a menos em comparação com o mesmo período do ano anterior.
As vendas no varejo, que incluem a parceria com a Chery, também despencaram 17,1%, com 85.495 veículos a menos que em 2024.
O tombo mais acentuado foi no Reino Unido, onde os emplacamentos caíram 32,3%, refletindo a paralisação das fábricas e a escassez de modelos da Jaguar nas concessionárias.
A recuperação total da JLR ainda está longe de se concretizar, e a montadora britânica enfrenta o enorme desafio de reequilibrar sua cadeia produtiva, restaurar a confiança dos fornecedores e recuperar o ritmo das vendas globais.
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