A guerra da Ucrânia impôs um embargo internacional à Rússia e o mercado automotivo do país quase colapsou com o fim da produção de vários fabricantes internacionais instalados por lá.
Sem carros novos, os usados passaram a ser a bola da vez, mas mesmo assim, o consumidor russo não tinha para onde correr após as ofertas ficarem escassas no país.
Mesmo com as marcas chinesas mantendo o ritmo, a queda nos novos foi vertiginosa o suficiente para a Rússia receber de braços abertos os carros usados do Japão, um tradicional fornecedor de veículo de segunda mão, como os EUA.
Embora o Japão tenha aderido ao embargo internacional, liderado pelos EUA e União Europeia, empresas que atuam na exportação de carros usados passaram a atender também o mercado automotivo russo.
Num negócio de US$ 2 bilhões anuais, a venda de carros de segunda mão para o mercado russo foi agora barrado por Tóquio, muito tempo após iniciar-se a invasão da Ucrânia.
Ainda assim, nem tudo foi cortado pelo governo japonês, que no começo de agosto, vetou a exportação de veículos usados para a Rússia, quebrando um lucrativo negócio para empresas especializadas que atuam em portos menores, como Fushiki, um centro de exportação no Mar do Japão.
A determinação de Tóquio não inclui a exportação aos russos de kei cars, mas dificilmente os revendedores do país vão querer os pequeninos urbanos nipônicos, que estão longe de serem ideais em muitas regiões de infraestrutura ruim na Rússia.
Com o bloqueio, os exportadores de usados viram os preços de seus carros cair no mercado internacional e a saída agora é buscar novos clientes na África, Sudeste Asiático e Nova Zelândia, por exemplo.
Galinha dos ovos de ouro dos exportadores japoneses, a Rússia respondia sozinha por um quarto das compras nipônicas, com preço médio por carro de US$ 8.200.
Cliente já antigo dos usados do Japão, a Rússia, antes da guerra, tinha participação de 15% nas exportações japonesas.
Em 2023, até agosto, mais da metade dos 303 mil carros usados importados pela Rússia eram japoneses e todos entregues aos consumidores com o lado da direção já alterada.
[Fonte: Reuters]
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