Nos Estados Unidos, você pode trabalhar menos de um turno de serviço e sair dirigindo um Jeep novo da concessionária.
Parece exagero, mas essa é exatamente a proposta que a Jeep vem promovendo com o Wrangler 4xe, seu modelo híbrido plug-in com apelo off-road e design icônico, que aqui no Brasil é vendido por R$ 500 mil.
Em estados como a Califórnia, a montadora oferece o SUV com uma parcela mensal de apenas US$ 76, o que equivale a 4 ou 5 horas de trabalho com o salário mínimo local.
Com base no salário mínimo da Califórnia, atualmente em US$ 16 por hora, um trabalhador precisaria de menos de 5 horas de expediente para bancar a parcela mensal do Wrangler 4xe.
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Para quem recebe acima disso — o que é comum em diversas funções — bastariam 3 ou 4 horas por mês. É o tipo de oferta que faz brilhar os olhos de quem sonha em ter um carro novo com visual robusto e tecnologia eletrificada.
Mas é claro, como toda oferta chamativa, há condições que precisam ser analisadas.
A tal parcela de US$ 76 está atrelada a um leasing de 24 meses, com uma entrada de US$ 5.269 — valor que representa mais de 10% do preço total do veículo.
Quando se somam as 24 parcelas e essa entrada, o custo total do contrato chega a US$ 7.169, o que significa um gasto médio de cerca de US$ 298 por mês, sem contar taxas, impostos e opcionais.
Ainda assim, mesmo com esse valor ajustado, o custo mensal do Wrangler 4xe continua sendo equivalente a uma jornada de trabalho semanal em empregos básicos nos EUA.
Para muitos norte-americanos, é plenamente viável encaixar esse compromisso no orçamento sem grandes sacrifícios — algo impensável no Brasil, onde sequer a entrada desse tipo de leasing seria acessível para a maioria.
Vale lembrar que o plano anunciado inclui limite de 5.000 milhas por ano (cerca de 8.000 km), o que pode ser pouco para quem usa muito o carro diariamente.
Optar por uma versão mais flexível, com 10.000 milhas anuais e contrato de 36 meses, eleva a parcela para US$ 214 mensais, ainda com a mesma entrada.
Parte dessa mágica financeira se deve à combinação de incentivos oferecidos pelo governo e pela própria marca.
O Wrangler 4xe conta com US$ 8.550 em bônus de leasing, o incentivo federal de US$ 7.500 para veículos eletrificados e, em algumas regiões, bônus extras que podem chegar a mais US$ 2.500 para clientes fidelizados.
Tudo isso contribui para reduzir os custos e deixar o modelo competitivo até para quem ganha por hora.
Apesar dos truques contábeis do marketing — como esconder a entrada nas letras miúdas —, a verdade é que, nos Estados Unidos, é perfeitamente possível pagar um Jeep novo com apenas alguns dias (ou até horas) de trabalho por mês.
Para quem está acostumado ao peso das parcelas no Brasil, onde um SUV híbrido como esse ultrapassa facilmente os R$ 400 mil, a diferença de realidade salta aos olhos.
No fim das contas, o Jeep Wrangler 4xe mostra como o poder de compra é diferente entre os países.
Lá fora, ter um carro novo, tecnológico e com visual aventureiro pode caber no bolso de quem rala no dia a dia, mesmo sem salário alto. Aqui, ainda parece um privilégio restrito a poucos.
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