
Pouca gente para para pensar, mas a frustração de muitos jogadores de corrida pode ter uma explicação bem menos inocente do que parece.
Relatos em fóruns mostram que a inteligência artificial desses games não apenas desafia, mas manipula a competição para garantir emoção a qualquer custo.
O problema é que, quando o jogador percebe o truque, a diversão dá lugar a uma sensação amarga de injustiça.
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No fórum da Steam dedicado a Horizon Chase Turbo, por exemplo, um usuário desabafou depois de perder repetidamente uma disputa 1 contra 1.

Segundo ele, o carro controlado pelo computador o empurrava por trás sem perder velocidade, enquanto o jogador, ao tentar a mesma manobra, era punido e ficava para trás.
A percepção de que as regras são diferentes para cada lado acende um alerta sobre a transparência dos jogos.
Essa sensação não é recente. Já em 2010, no site The Escapist, outro jogador dizia não acreditar que existisse sequer um título do gênero que não usasse truques contra o usuário.
Os exemplos iam desde adversários que seguem trajetórias perfeitas, sem nunca errar, até a famosa aceleração milagrosa para alcançar o líder, vista em clássicos como Super Mario Kart.
Até simuladores mais sérios, como Forza 2, foram citados como praticando a mesma artimanha.

Um caso emblemático surgiu com Sega GT, título do primeiro Xbox criado para rivalizar com Gran Turismo antes do surgimento da franquia Forza.
Graças a um vídeo com sobreposição de dados, ficou evidente que o jogo manipulava a potência dos carros durante as provas.
Os veículos mais atrás recebiam multiplicadores que os deixavam mais fortes, enquanto os líderes eram enfraquecidos. Assim, mesmo sem jogadores humanos, era possível notar que a corrida nunca era equilibrada de fato.
Esse mecanismo, conhecido como “rubber banding”, visa manter a disputa sempre acirrada. A ideia é simples: ninguém abre vantagem por muito tempo, e as ultrapassagens acontecem com frequência.
Porém, o efeito colateral é justamente a frustração de quem se esforça, domina as curvas e ainda assim perde para adversários turbinados artificialmente.
Quando a manipulação se torna evidente, a experiência deixa de ser um desafio divertido e passa a ser um teste de paciência.
É verdade que a maioria dos jogos de corrida busca entregar emoção rápida, diferente de simuladores profissionais como iRacing, em que realismo e fidelidade são prioridade.
Mas para muitos jogadores, a sensação de que estão competindo em condições desiguais mina completamente o interesse. Se a inteligência artificial trapaceia, até o carro mais veloz da garagem parece inútil.
Apesar disso, alguns títulos antigos mostram que a situação poderia ser ainda pior.
O Intellivision Auto Racing, lançado nos anos 1980, é lembrado como praticamente injogável, com controles imprecisos e desafios absurdos.
Ou seja, se a IA de hoje exagera no “poder secreto”, pelo menos a tecnologia garante corridas mais dinâmicas e visualmente atrativas.
No fim das contas, a questão que fica é: será que estamos dispostos a aceitar a trapaça como parte da diversão, ou os estúdios deveriam investir em inteligência artificial mais justa?
Enquanto essa resposta não vem, milhares de jogadores continuam batendo na mesma tecla: nas corridas virtuais, a máquina sempre corre com vantagem.
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