O site americano Jalopnik publicou uma análise bastante ácida — e irônica — sobre os rumos recentes da Jaguar, especialmente após o lançamento da controversa campanha de marketing que antecedeu a revelação do conceito elétrico Type 00.
Segundo o autor, a montadora britânica finalmente parece ter aceitado que “viver no prejuízo” não é um bom plano de negócios e, por isso, decidiu mudar radicalmente sua abordagem.
A tentativa agora é simples (e ousada): fazer dinheiro.
A matéria destaca que a estratégia anterior da Jaguar, mesmo com bons desenhos na era Tata e com a introdução de SUVs como o F-Pace, não foi suficiente para tirar a marca da condição de “luxo de segunda linha”.
Enquanto a Land Rover, sua marca-irmã, prosperou, a Jaguar ficou estagnada — sempre mais presente nas promoções de leasing do que nas listas de desejo de quem realmente pode pagar por carros premium.
Com vendas fracas e lucros quase inexistentes, a Jaguar tomou uma decisão incomum: praticamente interromper a operação por um tempo para se reinventar como uma marca de ultra luxo.
Sim, estamos falando de carros elétricos com preço inicial na casa dos US$ 125 mil. E foi aí que veio o ponto central da crítica do Jalopnik — a campanha de marketing que despertou mais a fúria dos conservadores de redes sociais do que o interesse dos milionários de verdade.
Mesmo assim, o autor reconhece que a estratégia deu certo do ponto de vista de percepção de marca.
Um bom exemplo é a cobertura da imprensa americana sobre o anúncio de um possível acordo comercial entre o Reino Unido e os Estados Unidos.
Em veículos como CNN e USA Today, a Jaguar foi mencionada junto com Rolls-Royce e Bentley — nomes tradicionalmente considerados ultra luxuosos.
Para o Jalopnik, isso seria o equivalente a incluir alguém “nota 7 em Atlanta” numa lista de galãs de Hollywood. Mas é exatamente isso que o marketing pode fazer: moldar a percepção, mesmo sem ter o produto real pronto.
A reportagem ironiza o fato de que o novo modelo da Jaguar, o Type 00, nem sequer chegou ao mercado ainda, e tampouco será vendido por valores realmente próximos a um Rolls-Royce.
Mesmo assim, a associação já está feita — e o autor sugere que isso é, em si, uma vitória para a estratégia de reposicionamento da marca.
Claro, tudo isso será irrelevante se a Jaguar não conseguir transformar a visibilidade em vendas reais.
Mas, como apontado, só o fato de o nome da marca estar sendo citado ao lado de verdadeiros ícones do luxo já indica que a “rebranding polêmica” pode ter funcionado melhor do que muitos esperavam — especialmente aqueles que zombaram da campanha nas redes sociais.
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