Kia Besta: A história brasileira, e as diferentes versões da van com nome engraçado

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Kia Besta: este é o engraçado nome de um dos primeiros modelos a ameaçar a liderança da Volkswagen Kombi, que reinava entre os comerciais leves no Brasil.

De “besta” ela não tinha nada e sorrateiramente inundou o mercado brasileiro dos anos 90 com milhares de unidades que, no governo que gerou o Plano Real, ajudou a fomentar um mercado novo, o das vans de lotação.

Com a abertura das importações em 1990, o Brasil recebeu de tudo um pouco e, nessa leva, veio a Best-A da Kia Motors, uma van sul-coreana movida a diesel que logo ficou conhecida como “Besta” e virou sucesso.

Vendida a partir de 1993, a Kia Besta era versátil, econômica e tinha boa relação custo-benefício, chegando assim rapidamente à liderança de mercado entre os importados de 1997 até 2001.

Início e origens

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Na Coreia do Sul ela era chamada Best-A e para a maioria dos consumidores de vans dos anos 90 no Brasil, ela era realmente a melhor. A Kia Besta dominou um novo segmento que a Kombi foi incapaz de atender.

Tratava-se de uma van compacta que teve quatro gerações vendidas no mercado nacional e até suscitou a ideia de fabricação nacional, já que as vendas eram tão boas que o próximo passo lógico era esse.

Ela veio em versões de passageiro e furgão, mas ficou famosa mesmo pela primeira opção, já que levava inicialmente 12 pessoas com conforto bem superior ao da Kombi e ainda era movida por um motor diesel suficiente e econômico.

A Kia Besta era derivada do caminhão leve K2500 ou Bongo, que ainda hoje é vendido pela Kia, mas importado do Uruguai, onde é montado em CKD.

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O mercado de vans era tão grande que a Besta trouxe consigo as irmãs Towner e Topic, da divisão Asia Motors, que deixaria uma dívida bilionária com o governo, que até hoje cobra a Kia, impedindo-a de ter uma fábrica por aqui.

De visual simples, motor sob o banco dianteiro, porta lateral corrediça, bancos ajustáveis e ar condicionado com comandos independentes na traseira, a Kia Besta estava anos-luz do que a Kombi oferecia na época.

Empregando motores diesel aspirados, câmbio de cinco marchas e direção hidráulica, a Besta oferecia conforto não só para quem estava de passageiro, mas para quem dirigia também e vinha bem completa.

Com o passar dos anos, a Kia verificou a necessidade de levar mais pessoas a bordo e uma geração passou a ter 16 assentos, tentando buscar os clientes órfãos da Asia Topic, quando esta deixou de ser importada.

O estilo da Besta

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Com 4,685 m de comprimento, 1,690 m de largura, 1,920 m de altura e 2,400 m de entre eixos (coincidentemente o mesmo da Kombi), a Kia Besta tinha frente inclinada e para-brisa amplo.

Ela vinha nas versões ST, EST e Furgão.

Além disso, trazia ainda faróis retangulares com piscas separados, bem como faróis auxiliares amarelos na versão EST. Tinha para-choques envolventes e borrachões de proteção envolvendo todo o veículo.

As rodas eram de aço aro 14 polegadas sem calotas e com pneus largos. Ela vinha ainda com maçanetas embutidas, retrovisores externos avançados e espelhos para visão da frente e outro na traseira, evitando assim bater em obstáculos.

A porta de abertura lateral era corrediça, garantindo fácil acesso, além das duas frontais e mais uma grande na traseira, que era inteiriça e abria para cima.

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Outro ponto de destaque da Kia Besta era o interior. O painel tinha instrumentação integrada e vinha até com conta-giros, além de ar condicionado e direção hidráulica. A posição de dirigir e os dois assentos dianteiros, ficavam sobre o cofre.

Atrás, o espaço era bem amplo e havia mais 9 assentos bem confortáveis, dotados de cintos e apoios de cabeça individuais, com os da direita dobráveis para facilitar o acesso.

Corrediças, as janelas traseiras podiam ser abertas se o ar falhasse.

Contudo, o ar condicionado tinha difusores no teto e o sistema de som contava com alto-falantes até o fundo do salão de passageiros. Tinha vidros e travas elétricas, espelhos nos para-sóis e banco central que virava uma mesa com porta-copos.

Uma configuração “executiva” (EST) tinha 8 lugares e trazia até apoios de braços centralizados, com direito a primeira fileira giratória. Todos podiam ser rebatidos, o que criava uma enorme cama.

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Com piso alto e chassi de longarinas, a Kia Besta tinha suspensão dianteira independente com molas helicoidais, enquanto a traseira contava com eixo rígido e feixes de molas.

A primeira à chegar era da segunda geração da Best-A, tendo motor diesel 2.2 com 62 cavalos e pouco mais de 14 kgfm de torque, sempre aspirado e com câmbio manual de cinco marchas.

Em 1994, após 15 mil unidades vendidas em seu primeiro ano, a Kia Besta adotou um leve facelift com faróis arredondados, grade falsa em cor cinza e o novo logotipo da Kia, que abandonava o estilo “indústria”.

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Nessa alteração, o propulsor diesel 2.2 foi trocado pelo 2.7 litros, igualmente movido por óleo combustível, mas ainda aspirado e com 80 cavalos, entregando torque de 17,6 kgfm.

Ela ia de 0 a 100 km/h em longos 30 segundos, tendo máxima de 128 km/h. Os números eram fracos, mas suficientes para sua proposta. Nessa época, a Besta já incomodava a concorrência, gerando até comerciais inusitados para a época.

Com tanque de 55 litros, ela podia rodar bem mais de 700 km na estrada, garantindo boa economia.

Confira o preço da Kia Besta abaixo

Kia Besta GS, uma nova geração

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Em 1997, a Kia Motors renovou o produto com a Kia Besta GS (Prigio na Coreia do Sul), que era uma geração nova em relação à anterior. Maior, media 4,820 m de comprimento, 1,810 m de largura, 1,970 m de altura e 2,580 m de entre eixos.

Mais aerodinâmica, a Besta GS tinha carroceria com cantos arredondados e suaves, incluindo os retrovisores, além de faróis desenhados como se fossem de um automóvel, incluindo calotas. Entretanto, ainda mantinha as janelas corrediças.

Além do visual mais atraente que a antiga, que continuou no mercado como opção mais em conta para manter as boas vendas, a GS tinha um interior melhorado e que se parecia mais com um automóvel.

O painel era envolvente como de um carro, tendo difusores de ar, rádio e ar condicionado bem agrupados, além de cluster com velocímetro, nível de combustível, conta-giros e temperatura da água.

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Com posição de dirigir elevada, como sempre, a Kia Besta GS mantinha a alavanca de câmbio bem próxima da direção. Não havia túnel para impedir a passagem do motorista para o outro lado.

A versão EST continuava bem equipada, como a anterior, apesar de agora custar mais que a antiga, porém, permitia o transporte de 12 pessoas com conforto maior e em uso mais executivo.

Seu motor diesel 2.7 continuava o mesmo, mas atualizado, ele agora entregava 83 cavalos, porém, com o mesmo torque de 17,6 kgfm. O tanque passou para 65 litros e o consumo melhor, superando assim 900 km na estrada.

Mesmo com duas gerações ao mesmo tempo, a Kia via que perdia espaço para a Asia Topic com seu enorme tamanho e 16 passageiros. A estratégia inicial deixava Towner, Besta e Topic em faixas de tamanho diferentes.

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Com o fim da Asia Motors e fusão com a Hyundai, a Kia passou a mandar a Besta GS Grand, uma variante maior da GS em 2000. Projetada para rodar no Brasil, um pedido atendido pelos coreanos, ela chegava a 5,470 m de comprimento.

Bem maior que a GS, a GS Grand era realmente “grande”, mas manteve as rodas aro 14, tendo ainda calotas. As linhas externas eram as mesmas do modelo menor, mas com janelas a mais.

Tal como as demais, o interior era bem amplo e tinha um assento dobrável adicional por causa do tamanho, tendo ainda porta-copos, cintos individuais e apoios de cabeça.

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No começo, a Kia Besta fez a festa com lotações (clandestinas ou não) em todo o país, mas logo os perueiros (escolares) adotaram o modelo. Na época da GS Grand, eles adotaram o modelo em grande escala, devido a maior capacidade.

Para mover a Kia Besta GS Grand, o motor 2.7 foi trocado por um 3.0 litros, igualmente diesel, com 85 cavalos a 4.000 rpm e 18,5 kgfm a 2.200 rpm. Tendo capacidade para 1.310 kg, era uma van bem versátil para a época.

Atualização nos anos 2000

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Depois da saída do modelo “clássico” dos anos 90, a Kia Besta GS e a GS Grand seguiram os anos 2000 adentro, porém, já sem o mesmo apelo de antes. O boom das lotações acabara e o mercado já havia entrado em declínio de modo geral.

Ainda com concorrente da Hyundai, a Besta conseguiu manter-se bem até 2004. Nessa época, o modelo passou por um facelift que deixou o visual mais atual, acrescentando 8 cm ao comprimento das duas carrocerias oferecidas.

Na frente, um mini capô foi adicionado, deixando a frente mais proeminente e adotando faróis quadrados bem grandes. Ao centro, uma nova grade foi integrada e o para-choque ficou mais envolvente e pronunciado.

As rodas aro 15 polegadas com pneus 215/70 R15 vinham com calotas e os freios foram ampliados, assim como reforçada a suspensão com molas helicoidais e semielípticas mais robustas.

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Leves alterações no acabamento e emprego de materiais de melhor qualidade foram verificados. Não houve alteração no motor e câmbio.

Disponível em versões de acesso e Full, a Kia Besta GS e GS Grand continuavam a ter 12 e 16 lugares, respectivamente, porém, no final de 2005, a primeira saiu de cena junto com a variante furgão.

Isso já indicava que o fim estava próximo. Não deu outra, no ano seguinte, a Kia Besta GS Grand deixava o mercado nacional, encerrando uma carreira de sucesso de 13 anos no Brasil.

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A produção encerrara na Coreia do Sul e o mercado nacional ficou órfão, já que a irmã da Hyundai H100 e mesmo a Hyundai H1, não tinham o mesmo apelo da Besta.

Campeã de vendas entre os importados no final dos anos 90 e começo de 2000, a Kia Besta foi um páreo duro para a Volkswagen Kombi.

Anos depois, a CN Auto tentou reviver a Topic, mas sem sucesso.

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Categorias Kia

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.