Kia Cerato – Reclamações e Defeitos

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Resistiu como um dos últimos sobreviventes no mercado dos sedãs médios aqui no Brasil, o Kia Cerato tem um preço bom, comparado aos rivais japoneses, pacote de opcionais interessante e um visual que agrada boa parte do público, se você está pensando em adquirir um, ou só tem curiosidade sobre o modelo, dê uma olhada no nosso texto de hoje sobre os principais problemas dele.

Descontinuado em 2023 aqui no Brasil, o Cerato terá uma nova versão no exterior, mais moderna e equipada, se quiser comprar uma unidade aqui, terá que se contentar com uma usada, as gerações que mais fizeram sucesso no nosso mercado foram a segunda (produzida à partir de 2009), terceira (produzida à partir de 2014) e a quarta geração (produzida à partir de 2019), todas sempre foram bem equipadas para à época de produção e não fazem feio frente aos rivais Corolla e Civic.

Desde a segunda geração, sempre teve como item de série airbags frontais, ar-condicionado, trio elétrico e computador de bordo, na terceira geração foram adicionados como item de série os faróis de LED, ar digital dual-zone, direção elétrica e piloto automático na quarta geração foram adicionados mais 4 airbags de série (totalizando 6) e central multimídia de 8”.

Abaixo estão os principais problemas e reclamações dessas três gerações do modelo:

2ª geração (2009-2014):

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Acabamento simples em plástico

Reclamação recorrente, o acabamento parece muito simples para o nicho, mesmo quando comparado com os rivais japoneses, a grande quantidade de plásticos duro e com visual pouco atrativo faz com que ele pareça um carro de entrada e não um médio, como deveria parecer, a má qualidade dos plásticos ainda causa um nível elevado de ruído no habitáculo.

Suspensão “seca”

Reclamação quase unanime são os problemas de suspensão: o curso muito curto do amortecedor, resulta em batidas secas ao passar em buracos e lombadas muito altas, eventualmente pode haver danos nas buchas e na caixa de direção, o carro também é baixo e apresenta um acerto mais duro dos amortecedores, os componentes são frágeis e não aguentam muito desaforo.

Câmbio automático que não troca marchas

Por um problema na solenoide da alavanca, a troca “manual” de marchas do câmbio automático acaba por não funcionar, coloque o câmbio na posição de troca manual e teste a mudança de marchas e a marcha à ré.

Não aceita combustível ruim

Esse é um problema mais incomum no mercado atual, visto que a nossa gasolina comum teve aumento da octanagem mínima definido por lei, mas no passado eram comum batidas de pino por pré-detonação do combustível, um detalhe é que ainda hoje se abastecido com gasolina adulterada o motor pode apresentar esse problema que no longo prazo pode condenar os componentes internos do motor.

Caixa de direção com folga

Barulhos ao passar em buracos podem não ser ocasionados por componentes da suspensão, mas sim por uma folga na caixa de direção, ou o desgaste da cremalheira, segundo relatos os componentes foram montados com uma graxa fora de especificação na época, que ocasionou o problema, boa parte das unidades foram reparadas ainda na garantia, mas olhe com atenção para esse componente para não ser um dos azarados que comprou uma unidade não reparada.

Desempenho fraco

O desempenho do motor 1.6 aliado ao câmbio automático não é dos melhores, não chega a ser um carro lento, nem tem um desempenho tão inferior ao Corola ou Civic, mas ainda assim não é um carro esperto, caso esteja buscando esportividade talvez seja melhor optar por outro modelo.

3ª geração (2014-2019):

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Falta de multimidia

A maioria dos donos, principalmente os mais jovens, reclamam da falta de uma central multimídia moderna, pensando que a versão durou até 2019, realmente é um item que poderia estar presente.

Desempenho fraco

Novamente o motor 1.6 deixa a desejar, com diversas reclamações, nessa terceira geração já existiam rivais com motores mais modernos, turbo ou mesmo os aspirados, então acabou agravando o problema e deixando evidente a disparidade tecnológica do propulsor frente à concorrência.

Suspensão barulhenta

A suspensão melhorou em relação à segunda geração, mais ainda se mostra barulhenta e não muito bem preparada para a condução e estradas brasileiras, não é mais tão frágil quanto a anterior, mas ainda gera reclamações em ruas esburacadas.

Preço e disponibilidade de peças originais

Algumas peças em específico demoram para chegar quando encomendadas pela concessionária (prazo de 30 dias via importação) e elas tem um preço elevado, a reclamação é bem comum visto que o modelo tinha 5 anos de garantia, “obrigando” que as revisões fossem feitas nas autorizadas, hoje esse problema é menos comum pois já é possível utilizar peças paralelas e mão de obra fora da rede.

4ª geração (2019-2023):

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Suspensão com ruídos

Ela de novo, as reclamações são as mesmas da terceira geração: ruídos e trepidações em ruas esburacadas.

Consumo alto

A Kia finalmente ouviu os consumidores e trouxe uma motorização mais forte, mas pecou no consumo, algo como 6km/l na cidade e 9 km/l na estrada, quando abastecido no etanol.

Preço e disponibilidade de peças originais

Problema existente na 3ª geração, é mais grave e recorrente na 4ª geração, diversos relatos de demora na chegada de peças, principalmente de lataria e preços elevados, um para-choque dianteiro está custando mais de R$ 4.000,00.

Computador de bordo simples

É uma coisa um tanto quanto boba, mas praticamente todo dono reclama disso, o computador de bordo apresenta poucas informações, faltando coisas simples e básicas como a autonomia.

Conclusão

Em todas as gerações apresentadas, o Cerato se mostrou um carro com motor robusto, sem problemas crônicos, na 2ª geração precisa de um pouco de atenção no câmbio automático, todas as gerações apresentam reclamações de suspensão, sendo a 2ª a mais grave e recorrente, com relatos de trocas frequentes de componentes do conjunto.

Ainda nessa geração o acabamento é bem fraco e feio e o motor igualmente fraco. As últimas gerações têm peças um pouco caras e algumas com demora na entrega caso queira uma original, principalmente na quarta geração.

Em resumo, ele não é um carro problemático e é uma boa compra no mercado de usados, carece de alguns mimos e sofreu com a falta de atenção da Kia nas primeiras gerações, optando por uma unidade bem cuidada não deverá ter dores de cabeça, seu principal trunfo é o design externo, que agrada bastante.

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Autor: Luca Magnani

Engenheiro mecânico na indústria automotiva, pós graduado pela Universidade da Indústria do Paraná em Engenharia de veículos elétricos e híbridos.