
O futuro dos supercarros parece cada vez mais distante do ronco puro e simples dos motores V12 e cada vez mais próximo dos códigos binários e sensores inteligentes.
Prova disso são os planos da Lamborghini de integrar inteligência artificial de forma ainda mais profunda em seus veículos — e não estamos falando apenas de assistentes de voz ou sistemas de navegação inteligentes.
A ideia é que os próximos modelos da marca italiana sejam capazes de entender, literalmente, o seu estado emocional.
Durante a Monterey Car Week, o diretor técnico da Lamborghini, Rouven Mohr, conversou com jornalistas e revelou que a marca já utiliza aprendizado de máquina para gerenciar torque em tempo real, adaptando a distribuição conforme o tipo de piso e o estilo de condução.
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Mas o plano vai além: ele quer que o carro entenda se o motorista está com vontade de se divertir, irritado, cansado ou relaxado — e ajuste seu comportamento de acordo com isso.
Mohr explicou que, com a combinação certa de sensores e algoritmos, seria possível perceber, por exemplo, quando o condutor está querendo mais emoção.
“Se o carro perceber que você quer brincar, ele pode permitir mais ângulo lateral, deixar o carro sair um pouco mais de traseira”, afirmou. O sistema ajustaria em tempo real os parâmetros de controle de tração, estabilidade e até mesmo o esterçamento do volante.
Esse tipo de tecnologia não se limita apenas ao lado emocional. A Lamborghini estuda também a aplicação da IA para detectar falhas recorrentes na condução e “corrigir” o motorista.

Se o sistema perceber que o condutor está constantemente exagerando no esterçamento em curvas, ele pode ajustar automaticamente o comportamento da direção para evitar subesterço.
Com sistemas de direção eletrônica, como steer-by-wire, isso se torna tecnicamente viável.
Para alimentar tudo isso, a marca conta com um trunfo físico: um pequeno sensor chamado 6D Sensor, apresentado junto com o conceito Fenomeno.
Do tamanho de uma bola de beisebol, ele é capaz de medir todos os movimentos do carro em seis eixos, oferecendo dados precisos sobre rolagem, inclinação e comportamento dinâmico da carroceria — algo que antes exigia múltiplos sensores espalhados pelo veículo.

Com essa precisão de leitura, a IA deixa de “deduzir” o que está acontecendo com o carro para, de fato, saber o que está se passando em tempo real.
Isso abre caminho para um controle muito mais sofisticado e adaptável, que pode transformar radicalmente a forma como um carro responde a cada condutor.
Outras marcas já estão indo nessa direção. A BMW, por exemplo, desenvolve sistemas que interpretam a intenção do motorista usando câmeras internas e sensores de torque no volante.
Em vez de disparar alertas toda vez que o carro pisa na linha da estrada, o sistema entende que se trata de uma manobra intencional — como desviar de um carro parado — e silencia os alarmes.
Ao que tudo indica, estamos entrando numa nova era em que o carro deixa de ser apenas um meio de transporte ou um objeto de desejo e passa a ser quase um copiloto empático.
Agora só falta ele saber quando você está fingindo estar bravo só para dar uma acelerada a mais.
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