Para quem é dono de um Lamborghini Murciélago com câmbio manual e quilometragem baixa, talvez esteja diante do melhor momento da história para vendê-lo.
Com a demanda por superesportivos da era analógica em ascensão acelerada, o mercado está tratando essas máquinas com reverência — e os preços seguem escalando como nunca.
Um exemplar de 2003 está atualmente em leilão na plataforma Bring a Trailer e já ultrapassou os US$ 345 mil, valor que supera com folga os cerca de US$ 270 mil cobrados quando era novo.
E se a tendência se mantiver, o lance final pode chegar ainda mais longe. Afinal, não se trata de qualquer carro: é um V12 com câmbio manual, uma espécie em extinção que desperta nostalgia e desejo entre entusiastas e colecionadores.
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Esse modelo específico tem pintura em Azzurro Aquarius, rodas Speedline originais de 18 polegadas e cerca de 27 mil milhas rodadas. A única modificação é um escape da Fabspeed, o restante está rigorosamente original.
O carro ainda conta com histórico completo de manutenção e relatório Carfax sem registros de danos.
Por fora, a aparência é discreta — dentro dos padrões de um Lamborghini. Mas o interior é pura provocação visual: couro vermelho Rosso Centaurus com detalhes brancos e painel preto.
Uma combinação que pode não agradar a todos, mas que encontra seu ápice no icônico câmbio em “H” brilhando no console central, uma visão que faz qualquer apaixonado por carros suar frio.
Os dados recentes de vendas reforçam o momento aquecido. Em maio, um Murciélago Roadster 2005 com apenas 7 mil milhas foi arrematado por impressionantes US$ 580 mil.
Pouco depois, um modelo 2003 com câmbio manual saiu por US$ 475 mil. E em julho, outro exemplar com 35 mil milhas foi vendido por US$ 406.666.
Num mundo onde os EVs dominam os lançamentos e os câmbios manuais estão sendo aposentados em massa, os poucos carros que ainda carregam essa essência purista se tornam relíquias valiosas.
O Murciélago foi o último V12 da Lamborghini a oferecer transmissão manual, o que o transforma automaticamente em um marco para os fãs da condução à moda antiga.
É o tipo de carro que já deixou de ser apenas um veículo para se tornar uma peça de coleção — e de investimento. A escalada de preços é reflexo direto da escassez e do valor emocional associado a uma época em que dirigir envolvia muito mais do que apenas acelerar.
E se o cenário continuar como está, ver um Murciélago manual se aproximar (ou ultrapassar) a marca de US$ 1 milhão pode ser apenas uma questão de tempo.
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