Lecar aposta em peças e componentes já existentes para reduzir custos e agilizar chegada ao mercado

Antes mesmo de iniciar a produção e mesmo de construir de fato seus primeiros protótipos, a marca Lecar inaugurou em São Caetano do Sul, a primeira de uma rede que se espera ter 20 concessionárias até o fim do ano, conforme garantiu Flávio Figueiredo Assis, fundador da empresa.

Ao site Automotive Business, Flávio Assis — autointitulado “Elon Musk brasileiro” — revelou sua estratégia para colocar no mercado os modelos Lecar 459 e Campo, construindo do zero a montadora que pretende ser 100% nacional.

Parte importante dessa estratégia é utilizar peças e componentes de “prateleira”, como se fala no setor automotivo, ou seja, itens que já estão em produção na cadeia automotiva brasileira.

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Isso permite que a Lecar possa reduzir os custos de produção e desenvolvimento de produto, com o 459 utiliza componentes, peças e sistemas já prontos no mercado.

Nesse caso, Flávio revelou ao mercado cada parceria que fechou com a Lecar, inovando ao abrir totalmente os detalhes de seu projeto, diferente dos fabricantes tradicionais e mesmo de importadores.

Assim, sabemos que o motor flex será o Horse HR10 usado nos Kardian e Novo Kicks, assim como o gerador será da WEG. Suspensys e Frasle, que atuam com suspensão e freios, são alguns dos parceiros.

Com exceção do motor elétrico de propulsão e da bateria de fosfato de ferro, os demais componentes do Lecar 459 são nacionais, de fornecedores que já os produzem, porém, nem tudo existe no momento.

Segundo o empresário capixaba, as formas da carroceria e, naturalmente, do design do interior e componentes exclusivos do Lecar 459, terão de ser desenvolvidos, em especial a estamparia das chapas de aço, que são nacionais.

Flávio Figueiredo, que usa esse método de produção, comentou que a estamparia ficará a cargo de uma empresa especializada, assim como outros componentes e conjuntos, terceirizando os processos, inclusive o de validação dos testes dinâmicos, feitos pelo Senai Cimatec, da Bahia.

Dessa forma, a Lecar evita grandes investimentos como a estamparia, pois no momento, como revelou, a empresa não tem condições de adquirir caríssimas prensas.

Todavia, a Lecar fica presa aos volumes disponíveis dos fornecedores, mas com capital próprio e linha de financiamento do BNDES, Flávio está tocando o projeto sem dificuldades aparentes.

Com essa estratégia, mais do que um bom marketing de produto nacional, a Lecar também obtém a confiança do mercado e a promessa de preços competitivos do 459, que até dezembro tem preço de pré-venda de R$ 159,3 mil.

Interessados já podem encomendar o carro, existente somente em mockup, mas Flávio espera que até o Salão do Automóvel 2025, do qual a Lecar é presença confirmada, apresente ao público o primeiro protótipo para testes. A promessa é de iniciar a produção em agosto de 2026, na cidade de Sooretama–ES.