
Depois de anos produzindo supercarros tecnicamente impressionantes, porém emocionalmente esquecíveis, a Ferrari pode finalmente estar prestes a recuperar sua alma.
E quem está disposto a liderar essa missão não é ninguém menos que Lewis Hamilton.
O heptacampeão mundial de Fórmula 1, que fará sua estreia na Scuderia Ferrari em 2025, já deixou claro que quer deixar sua marca não apenas nas pistas de Maranello, mas também nas ruas — e seu plano é tão ousado quanto empolgante: criar um novo supercarro com câmbio manual inspirado no lendário F40.
Durante o fim de semana do GP, Hamilton revelou à imprensa especializada que tem o desejo de colaborar com a Ferrari para desenvolver um carro que traga de volta o espírito purista do F40, ícone absoluto da marca nos anos 1980.
Seu projeto ideal? Um superesportivo leve, com motor visceral, três pedais e uma alavanca de câmbio para trocar marchas à moda antiga. O nome? F44 — uma homenagem direta ao número que o acompanha na Fórmula 1.
A última vez que a Ferrari lançou um modelo com câmbio manual foi com a California, em 2012. Antes disso, o F430 já mostrava que era possível aliar desempenho brutal com uma experiência de condução analógica e envolvente.
Desde então, a marca mergulhou de cabeça nos câmbios automatizados, turbos e assistências eletrônicas, deixando os entusiastas mais puristas órfãos.
Com o F44, Hamilton quer mudar isso — e sua influência pode ser exatamente o empurrão que a Ferrari precisa para se reconectar com suas raízes.
A inspiração não poderia ser mais adequada. Produzido entre 1987 e 1992, o F40 é um dos modelos mais reverenciados da história da Ferrari.
Nascido de um projeto de homologação para o grupo B de rali — que foi extinto antes mesmo do carro correr —, o F40 foi uma adaptação minimalista de um bólido de competição para as ruas.
Pesando cerca de 1.360 kg e com um V8 biturbo de 2,9 litros que entregava 471 cv, ele oferecia uma experiência crua, violenta e direta, sem filtros — e com câmbio manual, claro.
Hamilton quer resgatar essa essência. Em uma era em que os supercarros se tornaram máquinas digitalizadas, cheias de modos de condução e filtros eletrônicos, a ideia de um modelo simples, leve e analógico é quase revolucionária.

Para muitos entusiastas, esse tipo de proposta seria um verdadeiro divisor de águas — e, sem dúvida, altamente colecionável.
A viabilidade técnica de um projeto como esse não é absurda. A Ferrari poderia muito bem desenvolver uma nova transmissão manual ou até recorrer a fornecedores como a Tremec.
Com uma produção limitada e um apelo emocional imenso, o carro se tornaria, sem exageros, um clássico instantâneo. E, se Hamilton realmente estiver envolvido, a aura ao redor do projeto só aumentaria.
Mais do que um gesto nostálgico, o F44 (se realmente nascer) representaria um retorno à paixão, ao prazer de dirigir com as próprias mãos, ao carro que exige e recompensa.
E, convenhamos, se há alguém capaz de convencer a Ferrari a correr esse risco, esse alguém é o piloto mais vencedor da história da F1 moderna.
Que venham os troféus na pista — mas, honestamente, um F44 manual pode acabar sendo o legado mais emocionante de Hamilton em Maranello.

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