
Quem acreditava que carros de luxo eram imunes à forte desvalorização talvez precise repensar seus conceitos.
A Hertz, uma das maiores locadoras do mundo, está tentando se livrar de dezenas de unidades do Maserati Grecale nos Estados Unidos com descontos que beiram os 40%.
Para se ter uma ideia, há unidades saindo por menos de 40 mil dólares, o equivalente a cerca de R$ 220 mil — menos que muitos SUVs médios vendidos no Brasil.
É claro que estamos falando de ex-carros de aluguel, o que por si só já levanta uma série de preocupações quanto ao uso anterior.
Afinal, é pouco provável que os clientes da Hertz tenham tratado um Maserati com o mesmo zelo que um colecionador.
Ainda assim, para quem busca status e performance por um valor muito abaixo do que seria pago numa concessionária, a tentação é real.
Entre as cerca de 40 unidades anunciadas no site da Hertz, 17 estão listadas com preços abaixo dos 40 mil dólares, sendo que algumas têm rodagem inferior a 10 mil milhas — menos de 16 mil quilômetros.
A maioria está na faixa entre 10 e 15 mil milhas, o que caracteriza um uso relativamente leve, considerando o tempo de serviço desses carros na frota da locadora.
O modelo mais barato anunciado no momento é um Grecale GT 2023 com 28.371 milhas no hodômetro, saindo por 36.543 dólares.
Isso o coloca na mesma faixa de preço de um Volkswagen Tiguan, um SUV médio de porte semelhante, mas sem o apelo de luxo ou o desempenho de um Maserati.
Já os exemplares mais caros — com acabamento Modena, rodas de 20 polegadas, suspensão adaptativa e motor mais potente — não passam de 48 mil dólares.
A estratégia da Hertz não é exatamente nova. Em novembro do ano passado, a locadora já havia começado a se desfazer dos Grecale com valores iniciais na casa dos 41 mil dólares.
O movimento só se intensificou com o passar dos meses, indicando que esses modelos não estão exatamente com fila de espera no mercado de usados.
Mesmo com toda a desvalorização, o Grecale ainda é um SUV cheio de presença, com um design chamativo e uma proposta que mistura o luxo italiano com a esportividade da marca do tridente.
Mas o que era para ser um símbolo de exclusividade acabou se tornando um case de desvalorização acelerada — um lembrete de que, em tempos de incerteza econômica, nem mesmo os carros com pedigree europeu escapam da dura realidade do mercado.
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