
As promessas de modernidade nas locadoras de veículos acabaram se tornando motivo de dor de cabeça para muitos consumidores.
Depois da polêmica com a Hertz, agora é a vez da Sixt entrar no radar.
Duas denúncias envolvendo cobrança por danos que já estavam presentes nos carros colocaram a empresa alemã em maus lençóis — e levantam um alerta: a inteligência artificial pode estar sendo usada para enganar o cliente.
Nos dois casos, os consumidores receberam cobranças altíssimas por arranhões e marcas nos carros alugados.
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Só que, ao analisar com calma os registros enviados como “prova”, descobriram que as fotos usadas pela Sixt tinham sido tiradas no momento da retirada do carro, e não na devolução.
Ou seja: a empresa estava cobrando por danos que já existiam no veículo antes do uso.
Um dos casos aconteceu em Atlanta, nos Estados Unidos, e envolve um cliente que alugou um Mazda CX-50. Ele foi cobrado em US$ 605,82 — cerca de R$ 3.300 — por um suposto dano na roda.
O problema? A própria imagem apresentada pela Sixt como “evidência” tinha a data de saída da locação. Quando o cliente mostrou o erro, a cobrança foi cancelada, mas só após pressão e ameaça de levar o caso à gerência.

O segundo caso é quase um espelho do primeiro, mas ocorreu no aeroporto Ronald Reagan, em Washington. Após devolver o carro sob forte chuva, o cliente recebeu uma cobrança de US$ 650 por dois pequenos arranhões.
Ao revisar as imagens, percebeu que o carro estava seco nas fotos e que, mais uma vez, a data correspondia à retirada do veículo. Quando ele apontou o erro, a cobrança foi imediatamente anulada.
As locadoras vêm apostando em scanners com inteligência artificial como uma solução para aumentar a precisão e a agilidade nas vistorias.
Empresas como a Hertz já adotaram o sistema da UVeye, enquanto a Sixt utiliza seu próprio sistema, chamado Car Gate. Outras marcas, como Avis e Enterprise, ainda estão cautelosas ou negam o uso dessas tecnologias.
Na teoria, esses sistemas deveriam proteger clientes e empresas, criando registros digitais confiáveis.
Na prática, porém, os relatos mostram que o uso da IA não só mantém os velhos problemas das inspeções humanas, como está gerando novos abusos — com ameaças de cobrança, erro nas datas das fotos e uso de danos antigos como desculpa para faturar mais.
A Sixt pediu desculpas pelas situações e afirmou que o caso “não representa seus padrões de serviço”, mas não explicou como o erro aconteceu.
Enquanto isso, o consumidor precisa ficar ainda mais atento: com IA ou sem IA, a vistoria continua sendo um jogo de nervos — e, ao que tudo indica, nem sempre justo.
[Fonte: The Drive]
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