Ser rico não é só comprar tudo o que quiser — é poder fazer o que quiser, quando bem entender, sem se preocupar com regras.
Pelo menos essa é a promessa. Mas em Londres, parece que a paciência com esse tipo de comportamento chegou ao limite.
Hospedes milionários do luxuoso hotel Chancery Rosewood, onde uma diária pode custar quase R$ 25 mil, estavam acostumados a estacionar onde bem entendessem, mesmo que fosse proibido.
As multas? Simplesmente ignoradas, como se não existissem.
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Muitos desses veículos pertencem a turistas estrangeiros ultra-ricos, que dificilmente são responsabilizados pelas infrações.
Mas agora a Câmara Municipal de Westminster decidiu mudar de estratégia: ao invés de multar, começaram a rebocar.
A simples ameaça já foi suficiente para que alguns proprietários retirassem seus supercarros das calçadas e vagas ilegais. Outros não se incomodaram — e perderam o carro.
Um Rolls-Royce Wraith de um cidadão saudita foi rebocado após ser deixado irregularmente estacionado.
E ele não foi o único. Lamborghinis, Ferraris e outros modelos de altíssimo luxo também desapareceram das ruas, para surpresa de seus donos.
A justificativa da prefeitura é direta: os milionários são tão ricos que as multas “mal fazem cócegas”, segundo relatou um porta-voz ao canal BBC.
A solução? Causar incômodo real — tempo perdido e burocracia.
Recuperar um carro rebocado dá trabalho, e isso é algo que a maioria dos bilionários odeia: ser obrigado a perder tempo com o que não querem fazer.
Mesmo que paguem alguém para resolver o problema, o processo é mais incômodo do que rasgar uma multa.
Seria ideal, aliás, se só liberassem o carro na presença do dono e depois de pagar todas as multas acumuladas.
Mas, até o momento, isso ainda não acontece — mesmo que fizesse todo sentido.
O vereador Max Sullivan foi direto ao comentar a decisão:
“Pedestres não deveriam ter que desviar de supercarros egoisticamente estacionados nas calçadas. Não vamos tolerar esse tipo de comportamento, seja com uma bicicleta de aluguel ou um Lamborghini.”
A medida tem gerado apoio entre os londrinos, cansados de ver as leis de trânsito servindo apenas para quem não tem dinheiro para ignorá-las.
Nos Estados Unidos, onde cidades como Nova York enfrentam problemas graves com estacionamento ilegal crônico, atitudes como essa seriam muito bem-vindas.
A questão vai além de trânsito: trata-se de mostrar que nem mesmo os mais ricos estão acima da lei. E se a multa não dói no bolso, o guincho pode, pelo menos, mexer no ego.
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