
Depois de um período de crescimento vertiginoso, a BYD começa a sentir os efeitos de uma nova fase mais desafiadora.
No terceiro trimestre de 2025, a gigante chinesa dos veículos elétricos registrou uma queda de 33% no lucro líquido, o que evidencia a urgência de sua ofensiva internacional em meio à crescente pressão do governo chinês contra práticas de concorrência predatória no mercado interno.
O lucro líquido da BYD foi de 7,8 bilhões de yuans (cerca de R$ 5,4 bilhões), abaixo dos 11,6 bilhões registrados no mesmo período de 2024 e também aquém da expectativa dos analistas, que estimavam 9,6 bilhões.
Ainda assim, houve leve melhora em relação ao segundo trimestre, quando o lucro foi de 6,36 bilhões de yuans.
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Apesar da liderança no mercado chinês — com cerca de 30% das vendas de EVs no ano — a BYD vem enfrentando concorrência feroz de outras marcas locais, como a Geely.
Esse cenário tem acelerado os planos de internacionalização da marca, que já mantém fábricas em países como Brasil, Hungria, Indonésia, Tailândia, Turquia e Uzbequistão.
A empresa também está construindo uma frota de oito navios próprios para exportação de veículos, reforçando sua aposta na logística verticalizada como diferencial competitivo.
Entre julho e setembro, a receita da empresa foi de 195 bilhões de yuans, uma queda de 3% em relação ao mesmo período do ano passado e bem abaixo da previsão de 216 bilhões dos analistas.

A margem bruta foi de 17,6%, melhor que os 16,27% do trimestre anterior, mas ainda distante dos 21,89% registrados um ano antes.
Essa leve recuperação de margem se deve, em parte, ao aumento na participação de modelos premium no mix de vendas, sobretudo no mercado externo.
Nos nove primeiros meses do ano, as exportações da BYD cresceram 14%, somando 705 mil unidades — o que coloca a empresa no caminho para atingir entre 800 mil e 1 milhão de veículos vendidos fora da China até dezembro.
A marca também segue investindo pesado em inovação.

Entre as novidades prometidas para os próximos meses estão um veículo com bateria semissólida, cuja composição em gel permite maior densidade energética, e a adoção da técnica de “gigacasting”, já usada pela Tesla, que reduz drasticamente o número de peças no chassi e torna os carros mais leves.
Analistas preveem ainda uma reformulação completa do design da BYD a partir de 2026.
O visual atual, baseado na chamada “face do dragão”, já estaria desgastado após sete anos sem mudanças significativas — fator que pode estar influenciando negativamente a percepção dos consumidores chineses.
Apesar das turbulências, a BYD mantém sua meta ambiciosa de vender 4,6 milhões de carros em 2025 e alcançar um volume anual de 10 milhões no longo prazo, sendo metade desse total oriundo de mercados fora da China.
No cenário global, a empresa é a principal responsável pela mudança no perfil das exportações automotivas chinesas, que passaram a incluir mais veículos elétricos e híbridos plug-in.
Atualmente, esses modelos já representam 35% dos carros enviados ao exterior, ante 20% nos anos anteriores.
A jornada da BYD rumo ao domínio internacional dos EVs continua, mas agora com obstáculos reais no caminho — e a necessidade de se reinventar para não perder o ritmo.
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