Pode parecer algo saído de um projeto futurista, mas uma ideia simples, testada por pesquisadores alemães, pode transformar radicalmente a segurança nas ruas e avenidas do mundo: luzes de freio instaladas na parte frontal dos carros.
A proposta, que à primeira vista pode parecer inusitada, mostrou-se promissora em testes realizados na Alemanha e na Eslováquia.
De acordo com o estudo liderado por especialistas das universidades de Bonn e Graz, incluir uma luz de freio na dianteira do carro pode reduzir em até 17% o número total de colisões em cruzamentos.
E mais: quando o condutor do outro veículo tem uma visão direta dessa luz frontal, a probabilidade de evitar o acidente sobe para 26%. Mesmo quando a colisão ocorre, ela tende a ser menos severa – com uma redução de até 39% na violência do impacto.
Os dados não se limitam a estatísticas frias. Eles traduzem um potencial real de salvar vidas, especialmente de pedestres, que representam o grupo mais vulnerável no trânsito urbano.
Em 2022, mais de 7.500 pedestres morreram em acidentes nos Estados Unidos, um número que cresceu 83% desde 2009.
Tornar mais evidente que um carro está parando – não apenas para quem vem atrás, mas também para quem está à frente ou cruzando uma via – pode ser o diferencial entre um atropelamento fatal e uma travessia segura.
O experimento começou com pouco mais de 100 carros em Berlim e quase 200 voluntários. Depois, foi ampliado para mais de 3 mil veículos em testes na Eslováquia. O resultado foi claro: mais de 75% dos participantes aprovaram o conceito da luz de freio dianteira.
Para quem dirige, o benefício é intuitivo. Se você vê um carro vindo com seta ligada e sem frear, tende a supor que ele seguirá em frente. Se uma luz de freio frontal estiver acesa, essa leitura muda completamente, ajudando a tomar uma decisão mais segura.
Curiosamente, essa não é uma ideia nova.
Experimentos semelhantes foram feitos ainda na década de 1970, mas acabaram abandonados. Retomados em 2015 em laboratório, os testes práticos só ganharam força recentemente.
Agora, os pesquisadores esperam que o sucesso dos resultados reacenda o debate sobre sua adoção em larga escala.
Além disso, a eficácia do sinal visual foi superior à de alguns sistemas autônomos de frenagem de emergência, que podem demorar a reagir.
Ou seja, um pequeno aviso extra pode fazer mais diferença do que a tecnologia embarcada mais moderna.
Se regulamentada, a luz de freio dianteira poderia representar a mudança mais significativa desde a obrigatoriedade da terceira luz de freio em 1986. Uma inovação silenciosa, mas com o potencial de mudar o jogo quando o assunto é segurança no trânsito.
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