
A TVR pode estar à beira de desaparecer mais uma vez.
A tradicional fabricante britânica de carros esportivos, que ficou famosa no pós-guerra com modelos ousados e motores V8 de origem americana, vive um novo colapso depois de prometer uma reencarnação com o Griffith — carro esse que, oito anos após o anúncio, ainda não saiu do papel.
A situação atual da marca não é animadora. Segundo informações da revista britânica Evo, o CEO da empresa, Jim Berriman, deixou o cargo em maio de 2025.
Além disso, a TVR não entregou à agência governamental britânica Companies House seu relatório financeiro referente ao ano fiscal encerrado em junho de 2024, o que levanta sérias dúvidas sobre a saúde da companhia.
Até o momento, a empresa continua registrada como ativa, mas a falta de documentação obrigatória acende um sinal de alerta.
O projeto de renascimento da marca foi lançado com pompa em 2017, com o novo Griffith — um esportivo de tração traseira, motor V8 5.0 Coyote da Ford ajustado para 480 cavalos e câmbio manual de seis marchas.
Com estrutura leve e promessas de desempenho digno de supercarros, o modelo deveria ter sido produzido na plataforma iStream, desenvolvida por Gordon Murray. Só que a produção nunca começou.
Houve até mesmo aporte público. O governo do País de Gales ofereceu suporte financeiro à marca, prevendo a produção do Griffith em uma instalação em Ebbw Vale.
Porém, o acordo para o uso do espaço não se concretizou, e a TVR passou a contar com promessas não cumpridas. A empresa chegou a afirmar que tinha recursos para fabricar 500 unidades iniciais do novo carro, mas não tinha onde produzi-las.
A trama se complica ainda mais com a entrada da Ensorcia Metals, que investiu na TVR com a ideia de viabilizar uma futura linha de veículos elétricos, incluindo um Griffith movido a bateria, com lançamento previsto para 2024.
Como era de se esperar, o plano também empacou.
Apesar disso, um protótipo funcional do Griffith foi construído e chegou a ser mostrado ao público. O esportivo prometia desempenho empolgante: aceleração de 0 a 100 km/h em menos de 4 segundos e velocidade máxima de cerca de 320 km/h.
Com peso próximo a 1.270 kg e materiais compostos, ele parecia pronto para disputar espaço com os grandes nomes do segmento, custando entre 100 e 150 mil dólares.
Mas o que restou de tudo isso foi apenas um carro digital. O novo Griffith pode ser guiado apenas nos games, como Forza e The Crew 2.
Enquanto isso, a TVR permanece em uma espécie de limbo, sem carro pronto, sem fábrica, sem CEO e sem dados financeiros atualizados. Um renascimento que virou lenda — e que talvez nunca vá além da tela do videogame.
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