
O domínio ocidental em uma das corridas mais tradicionais do mundo pode estar prestes a ser desafiado por um nome até então improvável.
A chinesa Chery acaba de anunciar um movimento ousado: pretende ser a primeira fabricante do país a competir nas lendárias 24 Horas de Le Mans.
A iniciativa será liderada pela Exeed, divisão de luxo da marca, conhecida por vender SUVs a combustão — algo já raro entre as montadoras da China.
Mesmo sem superesportivos no portfólio, a Exeed quer mostrar que tem capacidade técnica para brigar com gigantes como Toyota, Ferrari e Porsche.
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Para isso, a Chery assinou um acordo de cinco anos com o Automobile Club de l’Ouest (ACO), organizador da prova francesa.

O objetivo vai além de participar de corridas: a marca pretende desenvolver tecnologia, ganhar know-how e entrar de vez no universo do alto desempenho.
Em 2024, a Chery vendeu 2,6 milhões de veículos na China — mais do que a Ford nos Estados Unidos — e agora quer se tornar relevante fora do seu território.
Como parte da parceria, a empresa também pretende construir uma pista de nível internacional na cidade de Wuhu, onde fica sua sede.
O circuito seguirá os padrões exigidos pelo ACO, incluindo estruturas de segurança, boxes e arquibancadas para público.
Outro plano ambicioso é a criação de uma nova categoria de corridas de endurance na China, ajudando a desenvolver pilotos e engenheiros locais.

Com isso, a Chery aposta que poderá formar talentos e fomentar a cultura do automobilismo no país, que ainda engatinha nesse segmento.
Além de Le Mans, a Exeed também vai disputar a Asian Le Mans Series, campeonato que já passou por Japão, Malásia, Coreia do Sul, Emirados Árabes e China.
A marca não revelou em qual categoria pretende competir na França, mas há fortes indícios de que esteja entre as opções LMGT3 ou LMP1.
A LMP2, com chassi e motor padronizados, foi praticamente descartada, já que o foco da empresa é justamente desenvolver sua própria engenharia.
No mundo dos EVs, a decisão de apostar em SUVs movidos a gasolina surpreende, principalmente vindo de uma montadora chinesa.
Mas a Chery deixa claro que quer usar a competição como laboratório de durabilidade, eficiência e confiabilidade — elementos cruciais em provas de longa duração.
Nada de terceirizar: os carros serão desenvolvidos internamente, como parte de uma estratégia para deixar de ser apenas uma exportadora de veículos.
A ambição é se consolidar como uma potência global em tecnologia automotiva, e Le Mans pode ser o palco perfeito para essa virada histórica.
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