
A Skoda está vivendo um momento histórico. A marca tcheca, tradicionalmente vista como uma opção mais racional dentro do grupo Volkswagen, acaba de fechar o melhor segundo trimestre de sua existência, deixando até a glamourosa Porsche para trás em termos de rentabilidade.
Foram US$ 869 milhões de lucro operacional, com margem de 9,5% — um número que normalmente se vê apenas em marcas premium.
Mas a Skoda conseguiu esse feito sem recorrer a carros de luxo, preços inflacionados ou promessas vazias. A receita foi simples: boa gestão, produtos consistentes e foco regional.
Enquanto muitas marcas tentam desesperadamente manter relevância em um mercado global cada vez mais turbulento, a Skoda fincou os pés na Europa e Ásia, adaptando-se ao contexto local e colhendo os frutos dessa estratégia.
Do outro lado da moeda está a Porsche, a prima rica e sofisticada da Skoda dentro do grupo Volkswagen.
Mesmo com um primeiro semestre forte nos Estados Unidos, a fabricante alemã viu seus resultados globais caírem 6% em relação ao ano passado.
Resultado: um lucro operacional de apenas US$ 181 milhões — menos de um quarto do que a Skoda faturou no mesmo período.
Grande parte da derrocada da Porsche vem da China, onde suas vendas despencaram 28% em apenas seis meses, pressionadas pela competição local e por uma guerra tarifária que não dá sinais de trégua.
E mesmo no mercado norte-americano, onde a marca teve recorde de entregas, os custos e incertezas com tarifas vêm corroendo os lucros.
O próprio CEO da Porsche, Oliver Blume, admitiu recentemente que “o modelo de negócios atual já não funciona mais”.
A declaração é emblemática e mostra como até marcas com forte prestígio estão sofrendo para se manter relevantes diante de uma nova ordem global, marcada por protecionismo e volatilidade econômica.
Nesse cenário, as marcas regionais ganham força.
A espanhola Cupra, também parte do grupo Volkswagen, é outro exemplo: teve um crescimento de 33% nas vendas na primeira metade de 2025, com atuação fortemente concentrada na Europa.
Em resumo, enquanto as gigantes globais tentam sobreviver em um mercado instável e fragmentado, marcas como Skoda mostram que entender o próprio território, ouvir o consumidor local e operar com eficiência pode ser mais lucrativo do que qualquer selo premium.
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