Durante muito tempo, a imagem que se fazia de um proprietário de Rolls-Royce era a de um senhor grisalho, de terno impecável, com décadas de estrada e muito dinheiro no banco.
Essa imagem, no entanto, está mudando rapidamente — e o modelo responsável por essa transformação é justamente o primeiro carro elétrico da marca, o Spectre.
De acordo com Jon Colbeth, novo presidente da Rolls-Royce na América do Norte, a idade média dos clientes que estão comprando o Spectre como seu primeiro modelo da marca é de apenas 35 anos.
E o dado mais impressionante: 40% desses compradores nunca haviam tido um Rolls-Royce antes.
Para se ter uma ideia do contraste, há cerca de 10 ou 15 anos, a idade média de um cliente Rolls era de 60 anos. Hoje, considerando toda a gama da marca, esse número caiu para 42 anos.
Ainda assim, o impacto do Spectre é nítido: além de atrair um público mais jovem, também conquista um novo perfil de consumidor que até então não se via ao volante de um Rolls.
Segundo Colbeth, o apelo do Spectre entre esse novo público tem relação direta com a tecnologia embarcada.
“Tecnologia é fundamental para os clientes mais jovens, e é por isso que o Spectre tem chamado tanto a atenção”, explicou. “Estamos falando de novos materiais, novos desenhos e uma linguagem visual completamente atualizada.”
Essa mudança no perfil do consumidor não acontece por acaso. Montadoras como Bentley, Mercedes e outras marcas de luxo têm se preocupado em rejuvenescer suas bases de clientes para não verem suas vendas minguarem ao longo do tempo.
Com uma nova geração de milionários e bilionários surgindo, especialmente no mundo da tecnologia, as exigências agora passam por conectividade, inovação e, claro, personalização.
Durante um test-drive recente dos modelos Cullinan e Ghost, jornalistas puderam ver de perto essa nova fase da Rolls-Royce.
Carros em tons vibrantes de roxo, verde e azul, além de interiores com acabamentos inusitados, mostraram que a marca não está mais mirando apenas na realeza britânica — mas sim em uma clientela jovem, moderna e global.
Colbeth, que já atuava na marca como chefe de serviços de pós-venda, assumiu o comando da operação norte-americana em janeiro.
Durante um evento da marca no Colorado, fez questão de conversar com clientes de todos os perfis, inclusive com aqueles que ainda sonham com o primeiro modelo da marca.
A mensagem que fica é clara: a Rolls-Royce de hoje está muito mais acessível — não no preço, mas na atitude.
No fim das contas, a marca de Goodwood parece ter entendido que, para continuar no topo, é preciso se reinventar. E nada melhor do que um elétrico de luxo para provar que tradição e modernidade podem, sim, andar lado a lado.
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