
Durante anos, a Mazda foi uma das poucas montadoras que resistiu à onda dos painéis gigantescos e da eliminação de botões físicos nos carros.
Defendia com firmeza que comandos táteis e visuais separados garantiam mais segurança e foco na direção. Mas essa filosofia acaba de ser deixada para trás.
No novo CX-5 2026, a marca japonesa adota a tendência dominante do setor: telas grandes, central multimídia com comandos por voz e, surpreendentemente, zero botões físicos para funções essenciais como o ar-condicionado.
Todas as versões do SUV nos Estados Unidos virão de fábrica com uma tela de 12,9 polegadas.
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As configurações superiores contarão com um display ainda maior, de 15,6 polegadas — superando até mesmo o tamanho da central do Tesla Model 3.

O tradicional controlador giratório, símbolo da antiga abordagem centrada no motorista, foi aposentado. E o painel de climatização também desapareceu, com todos os ajustes integrados à nova central multimídia.
A mudança marca um rompimento com o passado da marca, que sempre priorizou a simplicidade operacional. Agora, a Mazda acredita que a tecnologia embarcada pode — e deve — ser mais parecida com a dos smartphones.
Apesar disso, Matthew Valbuena, gerente de tecnologias embarcadas da Mazda na América do Norte, diz que o objetivo da mudança é permitir que o motorista mantenha o foco na estrada.
“A maior prioridade ao dirigir é justamente dirigir”, afirmou.

A nova central vem equipada com Google integrado, comandos por voz via sistema Gemini, Google Maps de série e acesso à Play Store — incluindo aplicativos como YouTube.
Valbuena defende que a interface foi desenvolvida para ser familiar, rápida e intuitiva, reduzindo distrações visuais e cognitivas. O desafio foi manter esse equilíbrio mesmo com o abandono dos controles físicos.
Para compensar a ausência de botões no painel, a Mazda redesenhou o volante do CX-5 e concentrou nele os principais comandos.
O lado esquerdo controla o sistema de áudio e os modos do painel digital, enquanto o direito reúne funções de assistência à condução, como piloto automático adaptativo.

Apesar do discurso de segurança, a decisão divide opiniões. Algumas marcas, como a Volkswagen e a própria Subaru, começaram a voltar atrás em projetos que removiam botões físicos.
A nova geração do Subaru Outback, por exemplo, resgatou um painel de clima dedicado, algo abandonado no modelo anterior.
A Mazda, por outro lado, aposta na direção oposta. Após anos de resistência, parece ter aceitado que a indústria automotiva não quer mais saber de botões — e está pronta para liderar essa mudança, mesmo que isso desagrade aos puristas.

Resta saber como os consumidores irão reagir à transformação.
A promessa de uma experiência mais conectada e moderna pode agradar novos públicos, mas talvez custe a fidelidade de quem buscava na Mazda um refúgio da “telazificação” total dos carros.
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