Durante anos, a Mazda foi uma das poucas montadoras que resistiram à febre das telas sensíveis ao toque.
Em vez disso, apostava em um controlador giratório no console central, defendendo que menos interação direta com a tela significava mais atenção à estrada.
Era uma abordagem coerente com sua filosofia de segurança, mas que parecia cada vez mais deslocada diante da tendência dominante do mercado. Agora, essa era chegou ao fim.
A nova geração do Mazda CX-5, o carro mais vendido da marca, marca também o início de uma nova fase: um sistema multimídia totalmente redesenhado, baseado na tecnologia Google integrada.
Com isso, o modelo trará Google Maps nativo, acesso à Play Store, comando de voz por Google Assistant e uma tela gigante de 15,6 polegadas para comandar tudo — inclusive os sistemas de climatização e áudio, que perderam seus botões físicos.
Segundo Stefan Meisterfeld, vice-presidente de operações da Mazda nos EUA, essa guinada foi baseada em pesquisas com consumidores.
Ele afirma que os clientes querem esse tipo de interface mais moderna, mesmo que isso signifique uma mudança radical no interior dos carros da marca.
Ainda assim, a Mazda tenta manter um certo equilíbrio ao redesenhar o volante e incluir ali novos controles físicos, que permitirão comandar funções essenciais sem tirar as mãos do volante.
Essa movimentação coloca a Mazda em uma situação curiosa: depois de anos defendendo uma abordagem mais tátil e segura, ela adere a um padrão que já começa a ser questionado por outras fabricantes.
Marcas como Hyundai e até Mercedes já indicaram que a era das interfaces 100% digitais pode estar com os dias contados — e que o consumidor sente falta da praticidade dos botões.
A Mazda, porém, aposta que a combinação entre a assistente de voz do Google, o novo volante funcional e a central multimídia mais robusta conseguirá agradar quem busca tecnologia, sem comprometer a segurança.
Resta saber se essa estratégia tardia, mas ousada, será suficiente para manter a lealdade de seus fãs mais tradicionais — ou se a marca vai perder sua identidade no processo.
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