
A sombra do escândalo dos airbags da Takata voltou a pairar sobre a indústria automotiva europeia, e agora a Stellantis tomou uma decisão drástica.
Após um acidente fatal envolvendo um Citroën C3 equipado com um airbag defeituoso, a montadora está pedindo que milhares de unidades dos modelos C3 e DS3 sejam imediatamente retiradas de circulação em toda a Europa.
A medida atinge veículos fabricados entre 2014 e 2019, que até então estavam fora do foco de campanhas mais severas de recall.
A tra gé dia aconteceu na França, quando uma mulher de 37 anos perdeu a vi da após o airbag de seu carro se romper durante uma colisão leve.
Fragmentos metálicos foram lançados com violência, causando ferimentos fa ta is na condutora e machucando o passageiro adolescente. O caso acendeu o alerta nas autoridades locais, que pressionaram a Stellantis a agir com urgência para evitar novas fatalidades.
Diferente dos recalls tradicionais, em que os proprietários são convocados a comparecer às concessionárias, este é um chamado para que os motoristas parem de usar seus carros imediatamente.
O problema está na propensão dos airbags Takata a explodirem sob determinadas condições, principalmente em regiões com alta umidade e temperatura, mas agora o risco foi considerado grave mesmo em climas mais amenos.
O episódio também gerou críticas contundentes à atuação da Stellantis, acusada de ter demorado para estender a gravidade da situação aos veículos mais recentes.
Até então, apenas modelos produzidos entre 2008 e 2013 estavam sob ordens de “stop-drive”, especialmente em regiões tropicais. Com a morte recente, a empresa foi forçada a rever sua avaliação de risco e expandir a medida para uma faixa mais ampla de produção.
A substituição dos airbags defeituosos será feita gratuitamente, mas o desafio agora é encontrar todos os proprietários afetados e convencê-los da urgência em parar de dirigir esses veículos.
Ainda existem centenas de milhares de carros circulando com os infladores inseguros. O escândalo, que já causou dezenas de mortes ao redor do mundo, é considerado um dos maiores da história da indústria automotiva.
Mesmo anos após a falência da Takata, os impactos do caso continuam sendo sentidos.
Marcas como Honda, Toyota, BMW e Volkswagen também foram afetadas, mas agora é a Stellantis que precisa lidar com o peso de mais uma tragédia e com a pressão para agir com mais rapidez e responsabilidade.
A lição que fica é que nenhum recall pode ser subestimado, principalmente quando envolve componentes de segurança vital.

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