
Coluna Fernando Calmon nº 1.378 — 18/11/2025
Os números de outubro demonstram as dificuldades de 2025. As vendas de veículos leves e pesados atingiram 260,7 mil unidades no mês passado, 7,2% a mais que em setembro.
Todavia, a comercialização nos primeiros 10 meses deste ano (2,171milhões de unidades) mostrou crescimento em relação ao mesmo período de 2024 de apenas 2,2%.
Já a produção totalizou 247,8 mil, apenas 1,8% mais do que em setembro, porém 0,5% abaixo de outubro de 2024.
Veja também
Ao longo de 2025 saíram das linhas de montagem 2,234 milhões de unidades ou 5,2% a mais que janeiro a outubro do ano passado.
Estes números só foram possíveis porque na Argentina, principal mercado de exportação do Brasil, as vendas subiram 50% nos primeiros 10 meses deste ano como reflexo da recuperação da economia no país vizinho.
O programa Carro Sustentável é o que realmente evitará uma queda do mercado interno este ano.
De acordo com a Fenabrave, entre 10 de julho e 31 de outubro foram comercializadas 163.403 unidades enquadradas neste segmento incentivado por imposto menor, um aumento de 26%.
A entidade das concessionárias não recalculou a previsão de crescimento de 5% das vendas sobre 2024.
Já a Anfavea, que previa uma comercialização 7% maior em relação ao ano passado, desistiu de divulgar uma nova projeção de vendas para este ano.
Agora em novembro, a primeira quinzena não foi nada promissora, quando comparada ao mesmo período do ano passado. A retração atingiu 11%.
Há dois fatores a indicar um viés negativo e outro positivo. Embora a Toyota tenha retomado sua produção com importação de motores (consequência do vendaval destrutivo da sua fábrica paulista de Porto Feliz) a normalidade só se alcançará até fevereiro de 2026.
A marca perdeu vendas por falta de estoques, mas há compradores que preferiram esperar.
Existe, porém, um potencial a favor. A volta do Salão do Automóvel, de 22 a 30 deste mês, pode incentivar a comercialização por impulso, depois de sete anos de interrupção.
Apesar da ausência da GM e VW, há um clima de expectativa de atrair um recorde de visitantes para o Distrito Anhembi, local tradicional e amplamente reformado.
Primeiras impressões do Honda WR-V

Logo à primeira vista o novo SUV compacto da Honda chama atenção pela grade retangular clássica, capô elevado e plano, além das lanternas traseiras bem dimensionadas.
Apenas a versão de topo do WR-V inclui as indefectíveis (e dispensáveis) barras no teto. Trata-se de um modelo mais em conta do que o HR-V, contudo mantém o mesmo motor flex de aspiração natural, 1,5 L, 126 cv e 15,8 (E)/15,5 kgfm (G).
Suas dimensões: comprimento, 4.325 mm; entre-eixos, 2.650 mm; largura, 1.790 mm; altura, 1.650 mm; porta-malas, 458 L; tanque, 44 L. Bom vão livre do solo, 223 mm. Câmbio automático CVT, sete marchas.
Estas medidas destacam-se em relação aos concorrentes e até do HR-V que tem entre-eixos e porta-malas menores.

Destaque para pacote de segurança: frenagem autônoma de emergência, assistência de partida em subidas e câmera de ré com três vistas, entre outros.
Pormenor interessante: retrovisores recuados permitem vão visível antes das colunas dianteiras. No interior, só há entradas USB-A (mais lentas) para o banco traseiro e faz falta o freio de estacionamento eletromecânico.
São muito bons o banco do motorista com estabilização corporal e o espaço para pernas no banco traseiro.
Respostas ao acelerador não tão convincentes como os turbos, embora apresente boa elasticidade.

Uma característica interessante: câmbio permite aplicar freio motor com apenas um toque no acelerador em descidas.
Comportamento em curvas, rodagem confortável em pisos irregulares e bom isolamento acústico foram pontos relevantes na viagem de avaliação de Porto Alegre a Xangri-Lá (RS), local do parque eólico da fabricante responsável por toda sua energia elétrica consumida.
Garantia é total de seis anos.
Preços: R$ 144.900 (EX) e R$ 149.900 (EXL).
Maverick Hybrid: consumo menor e tração 4×4

O motor a combustão interna (MCI), gasolina, de 2,5 L (ciclo Atkinson) e um elétrico geram uma potência combinada de 194 cv na picape híbrida Maverick.
Torque combinado não pode ser calculado em razão do tipo de caixa de câmbio automática, que varia o torque final conforme aceleração, velocidade e outras variáveis.
Assim, é indicado apenas o torque do MCI de 21,4 kgf·m.
Na vida prática, houve incremento de desempenho na picape média da Ford, capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 8 s, nada mau para um veículo de 1.829 kg de massa.

E o consumo surpreende: 15,4 km/l, cidade e 13,5 km/l, estrada.
A chegada da tração integral coloca a Maverick Hybrid em outro patamar de versatilidade.
O sistema envia torque ao eixo traseiro quando sensores identificam perda de aderência ou condições de piso que exijam mais tração.
Inclui um assistente de descidas e cinco modos de condução: Normal, Eco, Esportivo, Escorregadio e Rebocar/Transportar. Há uma nova central multimídia de 13,2 pol. e conectividade sem fio com Android Auto e Apple CarPlay.

Na avaliação inicial ao longo de 140 km entre São Paulo e Tatuí (SP), a sensação de dirigir a picape híbrida foi muito boa.
Os motores a combustão e elétrico trabalham sem vibrações, ruído e aspereza típicos dos de ciclo Diesel.
O desempenho fora de estrada, no campo de provas da Ford em Tatuí (recém-ampliado com dois novos prédios), a tração nas quatro rodas demonstrou eficiência em rampas, curvas e trechos escorregadios ao atuar nos momentos certos por demanda.
Assistente de reboque Pro Trailer, empregado bem menos aqui do que nos EUA, facilita bastante a vida de quem precisa usá-lo.
Preço: R$ 239.900.
Haval H6 2026 muda estilo e revisa conjunto híbrido

Reestilização inclui nova grade dianteira e assinatura luminosa. Internamente, console novo, central multimídia maior (14,6 pol.) e carregador por indução mais potente (50 W).
Houve também acertos em amortecedores e respostas da direção. Versões PHEV35 e GT utilizam motor 1,5 L turbo e dois motores elétricos, totalizando 393 cv e 78,7 kgf·m. PHEV19 entrega 326 cv e 55,1 kgf·m; HEV2, 243 cv e 55,1 kgf·m.
Trio foi avaliado em pistas secundárias do Aeroporto Executivo Catarina, em São Roque (SP). No interior, novo volante com comandos giratórios facilita ajustes, sem desviar atenção do motorista.
Tela da nova multimídia responde rápido, mas concentra muitas funções, o que pode aumentar o tempo de desvio do olhar da via.

Os SUVs absorvem irregularidades do piso de forma mais suave que os modelos anteriores, sem transmitir solavancos secos para a cabine mesmo em mudanças bruscas de trajetória.
Nova calibração do pedal de freio, agora com atuador eletrônico, evita a sensação esponjosa do sistema anterior. Integração dos motores elétrico traseiro e dianteiro é perceptível na tração, mesmo em trechos de baixa aderência do piso do Catarina.
GWM terá 12 lançamentos em 2026.

Preços: R$ 223 mil a R$ 325 mil.
MG Motor estreia com três modelos
Pertencente à chinesa SAIC Motors, a marca de origem inglesa inicia operação no Brasil com ofensiva 100% elétrica.
Cyberster. Roadster, tração integral sob demanda. São 510 cv, 73,9 kgf·m e acelera de 0 a 100 km/h em 3,2 s. Alcance de 342 km (Inmetro), carregamento em 150 kW de 10% a 80% em 38 min. Preço: R$ 499.800.
MG4 XPower. Hatch, tração traseira, 435 cv, 61,2 kgf·m, 0 a 100 km/h em 3,8 s. Alcance 279 km (Inmetro) e recarga rápida (150 kW), 30% a 80% em 22 min. R$ 224.800.
MG5. SUV, tração traseira, 305 cv, 35,7 kgf·m, 0 a 100 km/h em 6,3 s, alcance 351 km (Inmetro) e recarga rápida de 10% a 80% em 26 min. Preço promocional: R$ 219.800.
_______________________________
www.fernandocalmon.com.br
📨 Receba um email com as principais Notícias Automotivas do diaReceber emails
📲 Receba as notícias do Notícias Automotivas em tempo real!Entre agora em nossos canais e não perca nenhuma novidade:
Canal do WhatsAppCanal do Telegram
Siga nosso site no Google Notícias










