
A Mercedes-Benz encontrou uma forma elegante — e extremamente eficaz — de reduzir sua força de trabalho sem recorrer às polêmicas demissões em massa.
A montadora alemã lançou um programa de desligamento voluntário com indenizações milionárias, e o plano já fez efeito: cerca de 4 mil funcionários aceitaram deixar a empresa, com bônus que chegam a impressionantes 540 mil euros (R$ 3,3 milhões) por cabeça.
O programa, que foi iniciado em abril de 2023 e segue até março de 2026, é parte de uma ampla estratégia de redução de custos.
A meta da Mercedes é economizar cerca de €5 bilhões até 2027, diante de um cenário desafiador, que inclui queda nas vendas — o último trimestre registrou um tombo de 12% no volume global da marca.
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Ao contrário de demissões compulsórias, que envolvem riscos legais e impacto negativo na moral da equipe, a estratégia da Mercedes foi simples: oferecer muito dinheiro para que os próprios funcionários optassem por sair.
A proposta foi direcionada a uma ampla faixa do quadro — desde profissionais administrativos e técnicos de TI até engenheiros e gerentes de nível médio.
Segundo o jornal alemão Handelsblatt, os pacotes oferecidos variam conforme o tempo de casa, o cargo e o salário.
Um exemplo citado é de um líder de equipe de 55 anos com três décadas de empresa, que poderia receber meio milhão de euros para se desligar.
Funcionários de meia carreira também embolsaram valores acima de €100 mil, dependendo do histórico.
Alguns ainda receberam um chamado “turbo-bônus”, que recompensava quem aceitasse a proposta rapidamente.
Como muitos desses trabalhadores possuem estabilidade até 2034, a Mercedes precisava garantir uma oferta realmente irrecusável.
Entre 30 e 40 mil funcionários são elegíveis para o programa, mas a empresa se reserva o direito de negar saídas de profissionais considerados essenciais — embora, até o momento, poucos tenham sido barrados.
Esse movimento da Mercedes ocorre em meio a mudanças profundas na indústria automotiva, com a transição para a eletrificação, aumento da concorrência global e incertezas econômicas.
A aposta em uma equipe mais enxuta e com menor custo operacional é vista como um passo importante para tornar a montadora mais ágil e adaptável no novo cenário.
A dúvida que paira agora é: essa reestruturação trará o fôlego necessário para manter a Mercedes competitiva no longo prazo?
Em Stuttgart, a resposta é otimista. E para quem aceitou o cheque milionário, a decisão parece ter sido mais fácil do que qualquer disputa por cargo.
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