Se você está entre os milhares de funcionários da Mercedes-Benz na Alemanha e anda repensando sua carreira, talvez este seja o momento perfeito para mudar de rota — e ainda levar um belo bônus na bagagem.

A montadora alemã está oferecendo pacotes generosos de desligamento voluntário como parte de um plano para economizar 5 bilhões de euros (aproximadamente 5,4 bilhões de dólares) até 2027.

A proposta? Dinheiro no bolso em troca de um adeus amigável.

De acordo com veículos de imprensa alemães, esses pacotes podem facilmente ultrapassar a casa dos 500.000 euros. Os valores variam de acordo com o tempo de serviço e o salário atual.

Um exemplo citado pelo jornal Handelsblatt mostra que um líder de equipe de 55 anos, com 30 anos de casa e um salário mensal de 9 mil euros, pode receber mais de meio milhão de euros para deixar seu cargo — cerca de 540 mil dólares no câmbio atual.

E não para por aí. Um funcionário de 45 anos com duas décadas de trabalho e salário de 7.500 euros mensais pode embolsar mais de 300 mil euros. Até mesmo um colaborador na faixa dos 35 anos, com salário de 6 mil euros por mês, pode sair com mais de 100 mil euros na conta.

Nada mal para quem deseja começar um novo capítulo na carreira — ou antecipar a aposentadoria.

A oferta está sendo direcionada a cerca de 30 mil empregados que não atuam diretamente nas linhas de produção. A empresa pretende enviar propostas formais e personalizadas até o fim de abril, e os funcionários terão até 31 de julho para tomar uma decisão.

A adesão é totalmente voluntária e, segundo a empresa, ninguém será demitido caso decida permanecer. Porém, a Mercedes se reserva o direito de recusar saídas em setores estratégicos, com o objetivo de reter talentos considerados essenciais.

Essa medida se dá em meio a um contexto onde cortes forçados estão fora de cogitação. Um acordo anterior garante estabilidade aos empregados administrativos até 2034, o que limita as opções da empresa para enxugar custos.

Por isso, os pacotes de desligamento se tornaram uma alternativa viável — e sedutora.

Além desse plano para funcionários administrativos, a Mercedes-Benz também está planejando uma reestruturação nos níveis gerenciais, com foco na redução de cargos de chefia de departamentos para cima.

A meta é cortar um número considerado “desproporcional” de posições em altos escalões.

Com isso, a montadora busca ajustar sua estrutura organizacional e de custos à nova realidade do mercado automotivo, cada vez mais digital, enxuta e voltada para a eletrificação.

Para muitos, a proposta representa uma rara chance de sair pela porta da frente — e com o bolso cheio.