A eleição de Donald Trump não mudou as coisas para a BYD no México. A montadora chinesa manterá os planos de construção de uma fábrica de carros elétricos e híbridos no país latino, que receberá um investimento de US$ 1 bilhão.
Ray Zou, presidente da BYD no México, reafirmou o compromisso da empresa com o mercado local, declarando que a marca não pretende exportar veículos para o mercado americano, segundo o jornal El País.
Desde o início das tratativas, a BYD tem enfatizado seu plano de atuar no México sem avançar para o território americano, com um projeto ambicioso de 300 mil carros elétricos e híbridos localizados e geração de 10.000 empregos.
Com custos de produção mais baixos, o México pode ver na iniciativa uma oportunidade de criar seu próprio mercado doméstico, não atrelado à influência norte-americana.
O país já recebe muitos carros da Índia, China e Sudeste Asiático, assim como do Brasil e Argentina. No entanto, sua produção interna é quase que inteiramente dedicada aos EUA e isso poderá ser afetado por Trump na presidência americana.
Tendo 126 milhões de habitantes, o México tem enorme potencial de crescimento de seu mercado automotivo e ainda é uma plataforma de exportação de primeira linha, com mais de 40 acordos comerciais.
A entrada em massa de marcas chinesas deve ser observada como vista aqui, uma vez que o México seria uma porta aberta para enviar carros ao continente europeu e eletrificar literalmente os mercados da América Latina com modelos mais competitivos.
Ainda é cedo para conjecturar sobre um bloqueio americano aos carros mexicanos com sobretaxas colossais, impossíveis de serem cobertas mesmo por montadoras chinesas.
Todavia, durante sua campanha, Trump ameaçou Detroit ao convidar fabricantes chineses a produzir em solo americano. Usando a John Deere como exemplo, o então candidato falou pela primeira vez de sobretaxa de 200%.
Não se sabe se a fala foi somente para instar os fabricantes americanos a investirem mais no país ou se foi apenas para massagear o ego de seus eleitores.
Com BYD, MG e outras chinesas ao sul da fronteira, o consumidor americano ficará mais próximo fisicamente de produtos que poderão ser desejáveis, mas que estarão fora de seu alcance.
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