O México está se preparando para aplicar um dos maiores contra-ataques comerciais da década contra a invasão de produtos estrangeiros — e os carros chineses são o alvo principal.
O governo, liderado pelo secretário de Economia Marcelo Ebrard Casaubon, anunciou um plano para aumentar drasticamente as tarifas sobre veículos e autopeças vindos de países com os quais o México não possui acordos de livre comércio.
Durante um evento oficial realizado nesta segunda-feira, Ebrard foi direto ao ponto: “Estamos protegendo indústrias estratégicas do México”.
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A decisão vem como resposta à crescente presença de veículos importados a preços irrisórios, em especial modelos chineses que chegam ao país “abaixo do valor de estoque”, numa clara tentativa de tomar fatias significativas do mercado local.
A medida afeta diretamente marcas como a Dodge, que hoje comercializa no México modelos como o Attitude e o Journey, ambos veículos chineses apenas rebatizados com o emblema americano.

Também entra no radar o recém-lançado Ram 1200, uma picape de fabricação chinesa vendida a partir de US$ 25 mil no país.
O setor automotivo representa nada menos que 23% da produção industrial mexicana, e o governo teme um impacto brutal caso o dumping continue.
Além dos veículos leves, autopeças e aço também estão sendo importados a preços considerados insustentáveis para a indústria local. O plano de Ebrard é simples: elevar a tarifa de importação de 20% para 50% sobre esses produtos.
Mas os automóveis são apenas a ponta do iceberg. O pacote de medidas mira nada menos que 1.463 categorias de produtos, incluindo eletrônicos, brinquedos e móveis.
A meta é conter o avanço de mercadorias que, segundo o governo, colocam em risco cerca de 320 mil empregos diretos no país.

Ebrard destacou que o foco não é exclusivamente a China.
A tarifa de 50% pode atingir produtos vindos de outras potências asiáticas como Coreia do Sul, Índia, Indonésia, Rússia, Tailândia e Turquia — todos países que, atualmente, exportam volumes consideráveis ao México sem contrapartidas comerciais equivalentes.
O pacote ainda precisa passar pelo crivo do Congresso, mas a sinalização é clara: o México está adotando um tom mais nacionalista e protecionista para defender sua indústria automotiva.
Em meio a um cenário global marcado por disputas comerciais, inflação de insumos e volatilidade cambial, o país vizinho quer garantir que seus próprios trabalhadores não sejam as próximas vítimas da guerra de preços internacionais.
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