
A Tesla finalmente decidiu tirar do papel a ideia de vender veículos elétricos mais baratos, mas a execução está longe do que Elon Musk prometeu ao longo dos anos.
Nada de revolução ou design inédito: os novos modelos de entrada são, na prática, versões desidratadas dos já conhecidos Model 3 e Model Y, agora com menos equipamentos e um preço que ainda está longe do sonho dos 25 mil dólares.
Ambos os modelos, batizados de Model 3 Standard e Model Y Standard, já estão disponíveis para encomenda nos Estados Unidos, com entregas previstas para dezembro de 2025.

Os preços começam em US$ 38.640 para o Model 3 e US$ 41.600 para o Model Y, valores que incluem taxas e frete.
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Apesar da proposta de acessibilidade, os novos modelos foram recebidos com ceticismo por investidores e fãs da marca.
A lista de cortes é longa: teto solar panorâmico, barras de LED externas, retrovisores com rebatimento automático e até as luzes internas com ajuste de ambiente foram eliminadas.

Também ficaram de fora o segundo display traseiro, o sistema de som premium e até os amortecedores adaptativos. No lugar, o que se vê são peças simplificadas, bancos com ajustes básicos e um acabamento mais espartano.
No visual, os carros são limitados a três cores: Stealth Gray como padrão, com Pearl White e Diamond Black como opcionais. As rodas de 19 polegadas deram lugar a conjuntos menores de 18 polegadas.
O interior mantém a tela de 15,4 polegadas, aquecimento no banco dianteiro e volante, além de um assistente de voz alimentado pela IA Grok. Mas o som agora tem só sete alto-falantes, sem subwoofer, e o rádio AM/FM também ficou de fora.

A motorização é traseira, com aceleração de 0 a 100 km/h em cerca de 6,8 segundos. Na recarga rápida DC, é possível recuperar 240 km de autonomia em 15 minutos.
Ambos os modelos prometem alcance estimado de 517 km, número competitivo, mas que não compensa a perda de equipamentos essenciais para muitos compradores.
Para reduzir os custos em até 20%, segundo a agência Reuters, a Tesla apostou em eliminar uma série de recursos, tornando os veículos mais baratos de fabricar, mas também menos atraentes.

Não há mais volante com ajuste elétrico, a suspensão é passiva e o sistema de assistência ao condutor não conta com o recurso de Autosteer.
A grande ironia é que Elon Musk passou anos prometendo um carro elétrico verdadeiramente acessível, com preço abaixo de 25 mil dólares, para transformar a indústria automotiva.
Em vez disso, a empresa gastou tempo e recursos com o polêmico Cybertruck, que teve recepção morna e vendas abaixo do esperado.
Musk chegou a cancelar projetos de modelos mais baratos para priorizar o desenvolvimento do Cybercab, um veículo autônomo sem volante que ele promete lançar por menos de 30 mil dólares.

No entanto, depois de pressões internas e externas, o CEO voltou atrás e aprovou versões simplificadas do Model Y e Model 3 como forma de preencher essa lacuna de mercado.
Especialistas acreditam que os modelos mais baratos podem dar um respiro nas vendas da Tesla, que vêm caindo pelo segundo ano consecutivo.
A expectativa é que, com os novos modelos, as entregas subam para 1,85 milhão de unidades em 2026.
Ainda assim, muitos analistas demonstraram frustração com os preços pouco competitivos e o risco de canibalização da própria linha de produtos da marca.
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