Os chineses deram mais um passo decisivo no controle sobre a privacidade digital nos carros conectados, e BYD e Chery estão entre as nove montadoras cujos veículos foram aprovados na nova avaliação nacional de segurança de dados automotivos.
Segundo o CLS, 43 modelos dessas fabricantes cumpriram todos os cinco critérios exigidos pelas autoridades chinesas, numa avaliação que, embora voluntária, reflete uma tendência clara de endurecimento regulatório sobre o uso e a proteção de informações pessoais nos veículos.
Além de BYD e Chery, também foram aprovadas Changan, SAIC Group, Beijing NEV (divisão da BAIC), GAC Aion, GAC Trumpchi, Changan Ford e SGMW — a joint venture da SAIC-GM-Wuling.
A lista detalha apenas as marcas, sem mencionar modelos específicos, anos de fabricação ou volumes de vendas.
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A avaliação segue os parâmetros definidos pelo Regulamento para Gestão de Segurança de Dados Automotivos, lançado em caráter experimental em 2021.
Esse conjunto de normas estabelece regras rigorosas para a coleta, armazenamento, uso e transferência de dados pessoais e estratégicos ao longo do ciclo de vida de um veículo.
O teste verifica se os dados sensíveis captados pelos carros — como imagens externas com rostos de pedestres, informações do interior da cabine, e dados pessoais de condutores e passageiros — estão sendo processados conforme as normas de segurança e privacidade.
Entre os cinco critérios avaliados estão a anonimização de dados captados por câmeras externas, o processamento interno de dados de cabine, a não coleta por padrão de dados internos (a menos que o usuário autorize), notificações claras sobre o uso de informações pessoais e limites de precisão aceitáveis para os sistemas.
Nos casos em que o modelo não possui câmeras que captem rostos externos, a conformidade é avaliada com base nos quatro critérios restantes.
A norma técnica usada como referência é a GB/T 41871‑2022, que define padrões específicos para coleta, transmissão e processamento interno de dados veiculares.
O objetivo central dessas diretrizes é garantir que, em um ambiente cada vez mais conectado, os carros não se tornem ferramentas invasivas à privacidade de seus usuários e das pessoas ao redor.
O processamento interno é um dos pontos-chave: ele exige que os dados da cabine, como vídeos, áudios e comportamento dos ocupantes, sejam tratados dentro do próprio sistema do carro, sem serem enviados a servidores externos, exceto em situações autorizadas.
A obrigatoriedade de consentimento explícito antes da coleta de dados e a obrigação de notificar o usuário sobre quais informações estão sendo coletadas também fazem parte das exigências, alinhando o setor automotivo chinês às boas práticas internacionais de proteção de dados.
Com mais veículos conectados circulando nas ruas e a chegada iminente de tecnologias autônomas, a preocupação com a segurança digital nos carros deve se tornar cada vez mais central.
A adesão de marcas importantes como BYD e Chery mostra não apenas um compromisso com as regras domésticas, mas também um possível diferencial competitivo em mercados internacionais que exigem padrões similares de proteção à privacidade.
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