
As montadoras vêm apostando alto na inteligência artificial para modernizar suas fábricas e, principalmente, tentar conter a avalanche de problemas de qualidade.
Mas, por enquanto, os resultados práticos não apareceram.
Ford e Hyundai lideram esse movimento, implementando sistemas de IA capazes de monitorar etapas de produção e identificar falhas antes que os carros deixem a linha de montagem.
A promessa é ambiciosa, mas ainda está longe de se concretizar.
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No caso da Ford, a situação é especialmente crítica.
A marca já quebrou o recorde de recalls nos Estados Unidos neste ano e caminha para fechar o quinto ano consecutivo entre as montadoras que mais convocam veículos para reparos.
Só no terceiro trimestre, a empresa desembolsou US$ 450 milhões em custos de garantia — um reflexo direto da persistência dos problemas que a inteligência artificial supostamente deveria evitar.
Mesmo com sistemas avançados instalados nas fábricas, os erros continuam passando.
O discurso de que a IA pode prever e corrigir falhas humanas, como um operador que apressa uma etapa ou monta algo de forma incorreta, ainda não se provou na prática.
Hyundai segue pelo mesmo caminho, apostando na tecnologia como diferencial competitivo, mas também sem evidências claras de melhoria significativa na confiabilidade de seus veículos.
A principal função da IA nesses ambientes é o reconhecimento de padrões, uma área onde a tecnologia é realmente eficaz.
Mas identificar variações em processos não é o mesmo que resolver os problemas de engenharia, fornecedores ou falhas de projeto que também alimentam os recalls.
Especialistas do setor já alertam que a tecnologia, por si só, não é capaz de reverter anos de cultura industrial falha ou de corrigir decisões erradas tomadas bem antes da linha de montagem.
Mesmo com investimentos bilionários, as montadoras ainda lutam para traduzir a inteligência artificial em resultados concretos.
Enquanto isso, os consumidores continuam enfrentando veículos com defeitos de fábrica, componentes mal montados e falhas que colocam a segurança em risco.
A ideia de uma “fábrica inteligente” que produz carros perfeitos está, por ora, mais no discurso do marketing do que na realidade das oficinas e concessionárias.
A inteligência artificial pode até ser o futuro da indústria automotiva, mas o presente mostra que, por enquanto, ela ainda não resolveu os velhos problemas das montadoras.
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