
Começamos a semana com o impacto real e imediato das novas tarifas automotivas impostas pelo governo Trump.
As medidas, que adicionam uma alíquota de 25% sobre veículos e peças importadas, já estão mudando a paisagem do setor automotivo nos Estados Unidos — não só nas bolsas de valores, mas nas concessionárias e nas decisões de importação das montadoras.
E não demorou para que grandes marcas internacionais começassem a reagir. Infiniti, Jaguar Land Rover e Audi estão recuando, cada uma a seu modo, no envio de veículos ao mercado americano.
Começando pela Infiniti, a marca de luxo da Nissan anunciou que está suspendendo novos pedidos dos SUVs QX50 e QX55 destinados aos Estados Unidos.
Os modelos são fabricados no México, na fábrica COMPAS que a Nissan opera em parceria com a Mercedes-Benz. A produção seguirá normalmente para outros mercados, mas os americanos, por enquanto, ficarão de fora.
Na mesma linha, a Jaguar Land Rover está interrompendo temporariamente todas as exportações de veículos produzidos no Reino Unido para os EUA. A medida visa evitar prejuízos diretos em meio à incerteza sobre os custos adicionais que as tarifas trarão.
Já a Audi adotou uma abordagem diferente: os carros estão sendo retidos nos portos. A marca enviou um comunicado aos concessionários informando que os embarques foram congelados desde o dia 2 de abril, aguardando clareza sobre os desdobramentos da política tarifária.
O problema é que todos os modelos da Audi vendidos nos EUA são fabricados na Europa ou no México — o que significa que, neste momento, não há escapatória para a sobretaxa.
O modelo mais vendido da Audi no país, o SUV Q5, é montado no México e agora está diretamente na linha de fogo.
A interrupção nas entregas representa não apenas uma ameaça aos números de vendas da marca, mas também um alerta para os consumidores que pretendem comprar carros importados nos próximos meses.
A ironia do momento é que, para muitos americanos, a imensidão de opções nas concessionárias é vista como um problema — são tantas escolhas que fica difícil decidir.
Agora, com menos modelos disponíveis, talvez a tarefa se torne mais simples.
Mas o custo dessa “facilidade” será sentido não só no bolso do consumidor, que enfrentará preços mais altos e menos variedade, como também por milhares de trabalhadores em países parceiros que dependem do fluxo saudável de comércio automotivo com os Estados Unidos.
E enquanto o governo tenta moldar o mercado com mão pesada, o resto do mundo observa atentamente.
As consequências ainda estão se desdobrando, mas já dá para afirmar: a era das tarifas está oficialmente em marcha, e ela veio para chacoalhar a indústria de ponta a ponta.

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