
Em menos de uma década, a China deixou de ser coadjuvante para se tornar protagonista absoluta no mercado global de veículos elétricos acessíveis.
Um novo relatório da FIA Foundation, do Reino Unido, escancara o impacto dessa virada, mostrando como marcas chinesas estão conquistando o público com EVs pequenos e baratos, enquanto montadoras tradicionais europeias abandonam silenciosamente essa faixa do mercado.
Segundo o estudo, as marcas chinesas agora têm domínio completo sobre os carros elétricos de entrada, graças à eficiência na produção, domínio da cadeia de baterias e software embarcado competitivo.
Resultado? A China passou de importadora líquida de veículos de passeio para maior exportadora do mundo em tempo recorde.
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O documento afirma que marcas britânicas e europeias simplesmente deixaram de disputar esse segmento. Mesmo que publicamente não admitam, as grandes montadoras do Ocidente parecem ter jogado a toalha.
A aposta agora é nos modelos maiores e mais caros, enquanto os chineses seguem enchendo as ruas com compactos elétricos de valor acessível.
O reflexo disso já pode ser visto no Reino Unido. Em junho de 2025, cerca de 19 mil veículos vendidos no país foram de marcas chinesas como MG, BYD, Omoda e Jaecoo.
De 130 modelos elétricos à venda no mercado britânico, pelo menos 33 custam menos de £30.000 (algo em torno de R$ 200 mil). No contexto atual europeu, isso já é considerado “acessível”.

A situação, segundo especialistas, pode até ajudar a frear o crescimento exagerado dos carros.
“O romance com carros do tamanho do Fiesta pode ser reacendido se mais elétricos pequenos e acessíveis chegarem ao mercado”, afirmou Steve Gooding, diretor da RAC Foundation, em entrevista ao Yahoo! News.
No Reino Unido, o governo oferece até £3.750 (R$ 25 mil) de incentivo para quem compra um EV novo, além de planos para instalar mais de 100 mil pontos de recarga pública nos próximos anos.
A ideia é fomentar o uso dos elétricos, mas quem está aproveitando essa abertura são, majoritariamente, os chineses.

E enquanto os elétricos de entrada da China ganham espaço, as marcas ocidentais parecem mais interessadas em disputar o topo — com SUVs, sedãs de luxo e superesportivos eletrificados.
Uma estratégia que pode sair cara, principalmente se os consumidores, pressionados por preço, optarem em massa pelos modelos vindos do Oriente.
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