
Parece que o mundo automotivo está finalmente dando ouvidos ao bom senso — e, mais importante, aos consumidores.
Após anos tentando encher os carros com o máximo de tecnologia possível, montadoras como Tesla, Mercedes-Benz, Audi e Porsche começam a admitir que exageraram na dose.
Algumas dessas inovações, outrora vendidas como “o futuro”, simplesmente não funcionaram como o esperado — ou pior, criaram mais problemas do que soluções.
Um exemplo simbólico é a maçaneta retrátil eletrônica da Tesla, que vinha sendo criticada há anos por falhas de funcionamento e riscos em situações de emergência.
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Agora, Franz von Holzhausen, designer-chefe da marca, confirmou que a empresa está trabalhando numa versão híbrida, que combina mecanismo eletrônico com acionamento manual.
A ideia é, finalmente, tornar algo futurista também seguro e funcional.
Mas a Tesla não está sozinha nessa volta à simplicidade.
A Mercedes-Benz, por exemplo, decidiu trazer de volta o tradicional controle de volume com rolagem no volante da nova GLC, abandonando a versão sensível ao toque que tanto irritava os motoristas.
“Às vezes, é preciso dar um passo atrás para dar dois à frente”, admitiu o CEO Ola Källenius — algo raro de se ouvir na indústria automotiva.
A Audi também anunciou mudanças drásticas.

Com o novo conceito Audi Concept C, a marca promete reduzir drasticamente a complexidade de seus carros — incluindo cortar o número de configurações de volante de dezenas para apenas três.
E mais: a enxurrada de telas será trocada por uma única central, retrátil, que desaparece quando o motorista quiser mais foco e menos distração.
Esse movimento de reavaliação não vem à toa. A pressão para inovar constantemente levou as montadoras a lançarem soluções que ninguém pediu — e que pouca gente usou.
Quem lembra do chaveiro-display da BMW, descontinuado poucos anos depois do lançamento por baixíssima adesão? Ou do sistema de estacionamento automático da Lincoln, removido por completo por falta de uso?
“A Lincoln gastou uma fortuna num sistema automatizado de estacionamento que quase ninguém usou”, resumiu Sean Tucker, da Kelley Blue Book. Hoje, a empresa simplesmente optou por eliminar o recurso. Simples assim.

Mesmo a Mercedes-AMG, conhecida por seus motores icônicos, teve que lidar com críticas pesadas ao substituir o V8 por uma motorização mais moderna e “verde” no novo C63.
O CEO da divisão, Michael Schiebe, admitiu que faltou comunicação com os fãs da marca e sinalizou que a configuração de oito cilindros vai continuar viva por muitos anos.
O recado está dado: os consumidores querem tecnologia útil, não um show de recursos que só atrapalham a experiência ao volante. A era do “tech por tech” começa a perder força.
Em seu lugar, ganha espaço um novo mantra: fazer menos, mas fazer melhor. E se isso significar voltar a botões, roldanas e soluções antigas, que assim seja.
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