
Uma tecnologia que há poucos anos era vendida como uma revolução na engenharia automotiva agora coloca a Nissan no centro de uma ação coletiva nos Estados Unidos.
Trata-se dos motores VC-Turbo, equipados com sistema de compressão variável — um conceito projetado para otimizar consumo e desempenho em tempo real. A proposta era promissora, mas relatos de falhas graves estão surgindo com força.
O processo, movido no estado de Delaware, acusa a montadora japonesa de vender veículos com motores defeituosos que podem falhar repentinamente, deixando motoristas em situações perigosas.
Os relatos incluem perda de potência, ruídos estranhos, falhas no funcionamento em marcha lenta, engasgos e até desligamento completo do motor enquanto o carro ainda está em movimento.
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O problema, segundo os advogados que representam os consumidores, está relacionado a falhas nos mancais principais e outros componentes internos críticos.
A ação também alega que a Nissan tinha conhecimento desses defeitos, mas optou por não informar os consumidores, esperando que as garantias expirassem antes que o problema se manifestasse.
Um dos casos citados é o de Dennis Becker, que adquiriu um Nissan Rogue 2023 na Flórida e viu o carro apresentar falha de motor com apenas 157 milhas rodadas.
Segundo ele, a mensagem “Engine Malfunction Power Reduced Service Now” surgiu no painel, e o veículo simplesmente parou de funcionar.
A concessionária chegou a trocar a bateria e atualizar o módulo de controle do motor, mas os problemas persistiram. Posteriormente, uma válvula do sistema de recirculação dos gases de escape foi substituída, sem sucesso.

A ação coletiva afirma ainda que, em muitos casos, a fabricante se recusou a reconhecer o defeito antes do vencimento da garantia, forçando os proprietários a pagar por diagnósticos e reparos de forma particular — mesmo em carros relativamente novos.
“O defeito do motor ocorre sem qualquer aviso prévio, pegando os motoristas de surpresa e resultando em altos custos para reparos ou substituição do motor”, descreve o documento judicial.
O processo envolve os modelos Nissan Rogue (2021-2023), Altima (2019-2023) e Infiniti QX50 (2019-2023), todos equipados com o motor de compressão variável.
Os autores da ação também criticam a forma como a Nissan vem lidando com o recall relacionado à falha.
Para a maioria dos afetados, os reparos oferecidos seriam superficiais — “limitando-se, na prática, a algumas trocas de óleo”, conforme aponta a denúncia.
O caso levanta um debate importante sobre os riscos de inovações tecnológicas em larga escala sem testes prolongados em condições reais. E enquanto a Nissan tenta se defender na justiça, milhares de consumidores seguem insatisfeitos — e, pior, inseguros ao volante.
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