Motoristas estão abandonando o seguro de seus carros nos Estados Unidos, mesmo sendo ilegal rodar sem seguro por lá

carro batido amassado acidente (3)
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Com o custo de vida disparando nos Estados Unidos, o seguro de carro virou mais um peso difícil de carregar no orçamento de milhões de famílias.

Dados recentes apontam que quase 30% dos motoristas estão reduzindo a cobertura de seus seguros como forma de cortar gastos mensais.

Outros, mais desesperados, estão simplesmente deixando de pagar o seguro — mesmo que isso seja ilegal em todos os estados norte-americanos, com exceção de New Hampshire.

Essa tendência está afetando o setor como um todo, com impactos que vão desde a queda no número de sinistros até a redução na oferta de peças de veículos sinistrados em ferros-velhos.

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Uma das alternativas adotadas por quem quer economizar sem cancelar o seguro completamente é aumentar o valor da franquia — ou seja, o valor que o motorista precisa pagar do próprio bolso antes que a seguradora cubra o restante.

carro batido amassado acidente (1)
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Esse movimento já contribuiu para uma queda de 8,5% no número de sinistros registrados entre janeiro e julho deste ano, em comparação ao mesmo período de 2024.

Além disso, muitos motoristas têm evitado acionar o seguro mesmo em situações cobertas, com receio de que os prêmios subam ainda mais após o processo.

Outro caminho comum é abrir mão da cobertura contra colisões e danos materiais, mantendo apenas o seguro obrigatório de responsabilidade civil, exigido por lei.

É o que fez um proprietário de uma velha picape Dodge de 20 anos, que preferiu economizar na cobertura mesmo sabendo que, em caso de batida, não teria nenhum reembolso.

Um episódio mostra bem esse risco: quando uma árvore caiu sobre o caminhão, ele teve que arcar sozinho com o conserto do para-brisa, já que não tinha cobertura compreensiva.

O prejuízo, neste caso, foi de US$ 200 — bem menos que o valor da cobertura completa, mas ainda assim um custo inesperado.

O problema se torna mais grave quando os motoristas deixam de pagar qualquer tipo de seguro, mesmo o básico.

Segundo dados do segundo trimestre de 2025, o número de veículos segurados caiu 4% em relação ao ano anterior, indicando que mais americanos estão dirigindo completamente desprotegidos.

Isso representa um risco enorme, tanto do ponto de vista legal quanto financeiro.

Zoe, uma moradora dos EUA identificada apenas pelo primeiro nome, contou à NPR que ficou quatro semanas sem pagar o seguro, simplesmente porque não conseguia dar conta de todas as contas da casa.

“Você tem que comer. Tem que pagar luz, água e aluguel. O leite está quatro dólares o galão”, desabafou.

(O leite é mais caro que isso no Brasil, onde o salário mínimo é de apenas 280 dólares por mês.)

Ela dirigia com extremo cuidado durante esse período, ciente de que qualquer batida poderia significar um desastre financeiro.

A situação de Zoe não é exceção — muitos americanos estão enfrentando dilemas semelhantes todos os meses, escolhendo entre manter o carro protegido ou manter a casa iluminada.

Com menos carros sendo indenizados e mandados para o ferro-velho, os pátios de veículos usados estão enfrentando escassez de peças de reposição, o que também afeta oficinas e consumidores que precisam de peças mais baratas.

A crise no setor de seguros é mais um reflexo direto da inflação e da queda do poder de compra da população.

E, ao que tudo indica, ainda deve se agravar antes de melhorar.

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.


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