A partir de 1º de julho, motoristas que abusarem da velocidade na Flórida poderão enfrentar não apenas multas, mas também a possibilidade de prisão.
Uma nova lei assinada pelo governador Ron DeSantis busca reforçar a segurança viária, mas já está gerando polêmica entre legisladores e juristas que temem um colapso ainda maior no sistema judicial do estado.
A legislação tem como alvo motoristas flagrados dirigindo 80 km/h ou mais acima do limite de velocidade estabelecido, ou que estejam a 160 km/h ou mais de forma que coloque em risco a segurança de pessoas ou propriedades.
Para os infratores de primeira viagem, as punições podem incluir multa de até US$ 500, até 30 dias de prisão — ou ambos.
Em caso de reincidência, a multa pode subir para US$ 1.000, com até 90 dias de detenção, além da possibilidade de suspensão da carteira de motorista por até um ano.
Outro ponto importante da nova lei é a obrigatoriedade de comparecimento ao tribunal.
Motoristas flagrados em situações de velocidade extrema não poderão simplesmente pagar a multa e seguir em frente: deverão enfrentar um juiz, o que pode sobrecarregar ainda mais o sistema judicial já congestionado do estado.
O projeto ganhou força após a trágica morte de Anthony Reznick, um garoto de 11 anos atropelado enquanto atravessava uma faixa de pedestres em 2022.
A motorista envolvida, Samentha Toussaint, acumulava mais de duas dezenas de infrações de trânsito, dirigia com a carteira suspensa e estava a 137 km/h em uma área residencial, sem faróis.
Apesar disso, ela não enfrentou acusações criminais — foi punida apenas com suspensão de oito anos da carteira de habilitação, prestação de serviços comunitários e pagamento de multa.
Para alguns legisladores, a nova medida representa um avanço na luta contra a imprudência ao volante. No entanto, outros já se manifestaram contra.
O deputado estadual republicano Mike Gottlieb classificou a legislação como “excessivamente abrangente” e alertou para seu impacto no sistema judicial.
“A proposta faz sentido do ponto de vista moral — excesso de velocidade mata — mas a execução é falha e pode gerar mais problemas do que soluções”, afirmou em declaração à WFLA.
Com a nova lei prestes a entrar em vigor, cresce o debate sobre os limites da punição e a eficácia de medidas mais duras no trânsito.
Enquanto parte da população aplaude a iniciativa como um passo necessário diante de tragédias evitáveis, críticos apontam a urgência de uma revisão legislativa mais equilibrada, que una rigor, proporcionalidade e viabilidade prática.
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