
A Tata Motors anunciou uma mudança significativa no comando da Jaguar Land Rover (JLR).
A partir de novembro, o atual diretor financeiro do grupo, PB Balaji, assumirá o cargo de CEO da fabricante britânica, substituindo Adrian Mardell.
A decisão marca uma guinada no relacionamento entre as empresas desde que a Tata comprou a JLR em 2008, adotando agora uma postura de maior controle direto.
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Especialistas apontam que a escolha de Balaji é um sinal claro de que a Tata busca reforçar a disciplina financeira da JLR em um momento de incertezas para o setor automotivo.

Desafios como a transição para veículos elétricos, tarifas impostas pelo governo Trump e a desaceleração da demanda na China compõem o cenário que o novo CEO encontrará.
Balaji, conhecido internamente apenas pelo sobrenome, ocupa cargos estratégicos em outras empresas do grupo, como Air India e Agratas, e ingressou na Tata em 2017 após longa carreira na Unilever.
Apesar de não ter formação técnica no setor automotivo, ele é visto como gestor habilidoso, com experiência em lidar com analistas e investidores.
Os números recentes mostram um período de bonança para a JLR: dez trimestres consecutivos de lucro e o maior resultado anual em uma década, com £2,5 bilhões antes de impostos no último ano fiscal.

No entanto, a empresa já alertou para uma queda nas margens em 2025, que devem cair dos 8,5% para algo entre 5% e 7%, principalmente por causa das tarifas e custos adicionais.
Na China, as vendas recuaram 15% até junho, e a joint venture com a Chery agora foca no lançamento da nova marca Freelander, reduzindo a produção local de modelos JLR.
Além disso, há atrasos em programas de veículos elétricos como o substituto do Range Rover Velar e o Defender Sport.
Por ora, a estratégia de focar em modelos a combustão de alta margem, como Range Rover e Defender, tem garantido bons resultados. Mas pressões regulatórias na Europa e nos EUA exigirão, em breve, a ampliação da linha elétrica — hoje inexistente.
Outro desafio será decidir o futuro da Jaguar, cujo reposicionamento para ser totalmente elétrica pode sofrer adiamentos diante do clima político e econômico.
Ao mesmo tempo, a Tata lida com a compra da Iveco por €3,8 bilhões, operação financiada por dívida, o que aumenta a pressão por resultados sólidos na JLR.
Balaji assume, portanto, em um momento decisivo, equilibrando lucros de curto prazo com investimentos estratégicos para garantir a relevância da marca no futuro.
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