Multa reduzida sem fazer nada: Novo “jeitinho” dos americanos usa inteligência artificial

chicago policia viatura
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Uma nova e polêmica forma de burlar o sistema está chamando atenção nos Estados Unidos, mais precisamente na Califórnia.

Motoristas multados estão utilizando inteligência artificial para “frequentar” cursos online de trânsito obrigatórios, exigidos como parte do processo para redução de pontos na carteira ou abrandamento de multas.

Em vez de assistir às aulas e responder às perguntas, como manda o figurino, alguns já estão deixando tudo nas mãos — ou nos algoritmos — da IA.

A denúncia surgiu nas redes sociais, onde um vídeo publicado pelo executivo Tony Wu, da empresa de tecnologia Perplexity, mostra o navegador da companhia, chamado Comet, resolvendo automaticamente todas as questões de um curso licenciado pelo próprio Departamento de Trânsito da Califórnia (DMV).

O sistema navegava pelas aulas e testes com precisão total, respondendo tudo corretamente e finalizando o curso com nota máxima — sem nenhuma intervenção humana.

A escola envolvida, chamada “Traffic School 4 Busy People”, é uma das instituições oficialmente credenciadas pelo DMV.

Ou seja, estamos falando de um sistema legal e reconhecido pelo estado, que agora está sendo contornado por meio de inteligência artificial.

A denúncia, que veio sob o pretexto de ser “um vídeo de um amigo”, escancarou o uso indevido da tecnologia.

O DMV, que foi procurado pela imprensa, demorou a responder e, mesmo após o prazo solicitado, não deu nenhuma declaração oficial.

O Conselho Judicial da Califórnia empurrou a responsabilidade para o DMV, enquanto a escola envolvida e advogados especializados preferiram o silêncio. Ninguém quis se comprometer.

A ausência de respostas só aumenta a gravidade da situação. Afinal, o objetivo do curso é educar motoristas infratores para que melhorem sua conduta ao volante, não simplesmente limpar o prontuário com ajuda de uma IA.

Com a automatização do processo, os motoristas deixam de absorver qualquer aprendizado. O que antes era uma penalidade com função pedagógica, virou uma etapa burocrática facilmente manipulável.

O caso também escancara uma brecha regulatória séria sobre o uso da IA em ambientes regulados. Afinal, se já existem ferramentas capazes de fazer o curso de trânsito por você, o que impediria essas mesmas ferramentas de cumprirem obrigações legais mais sérias no futuro?

Já se fala, inclusive, em uso de IA para interagir com serviços de liberdade condicional ou cursos obrigatórios por uso de substâncias. O limite ético e legal dessa prática é, no mínimo, nebuloso.

Enquanto isso, cresce o número de situações envolvendo IA e problemas jurídicos.

Casos recentes incluem o uso de câmeras com inteligência artificial que emitiram multas indevidas em Nova York e acusações equivocadas por sistemas automatizados de verificação de danos em locadoras.

Agora, com cursos de trânsito sendo completados por bots, a discussão sobre os limites dessa tecnologia promete esquentar ainda mais.

Se essa tendência continuar sem fiscalização, o que resta de educativo em infrações de trânsito pode se tornar apenas mais um processo automático — sem consequência, sem reflexão e, claro, sem aprendizado.



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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.