
A General Motors anunciou nesta quarta-feira o encerramento definitivo do programa de vans elétricas BrightDrop, encerrando também a produção no complexo CAMI, em Ingersoll, Ontário, no Canadá.
A decisão representa uma guinada surpreendente e decepcionante para um projeto que havia sido apresentado como peça-chave na estratégia de eletrificação da linha comercial da montadora.
Segundo comunicado oficial, a decisão foi motivada por uma “demanda mais fraca do que o esperado” no mercado de veículos elétricos comerciais, mudanças no ambiente regulatório e o fim de subsídios nos Estados Unidos.
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O encerramento é definitivo: não haverá transferência da produção para outra fábrica, e a linha BrightDrop Zevo será encerrada por completo.

A medida ocorre menos de três anos após a montadora comemorar a abertura da CAMI como a primeira fábrica de EVs em larga escala no Canadá, em parceria com o governo local.
Na época, o projeto contou com um investimento de US$ 500 milhões em apoio público, o que torna o abandono precoce ainda mais controverso.
Os números iniciais da BrightDrop realmente não impressionavam: apenas 146 unidades entregues nos EUA em 2022 e 497 no ano seguinte.
No entanto, os dados mais recentes de 2025 mostravam um cenário em recuperação, com 2.384 unidades vendidas no terceiro trimestre — um salto de 869% em relação ao ano anterior.

A projeção era de atingir cerca de 4.000 unidades vendidas até o fim deste ano.
Apesar disso, a GM pareceu considerar o número ainda insuficiente frente às mais de 60 mil unidades vendidas de suas vans tradicionais a gasolina, como a Chevrolet Express e a GMC Savana — modelos cuja plataforma remonta à década de 1990.
O sindicato Unifor, que representa os 1.200 trabalhadores afetados pelo fechamento, responsabilizou diretamente as políticas da administração Trump, acusadas de desestabilizar o setor automotivo com o fim dos incentivos a veículos elétricos e restrições comerciais ao Canadá.
Em 2025, programas de produção compartilhada entre os dois países enfrentaram sérias dificuldades devido à guerra comercial imposta por Washington.
Mesmo assim, analistas do setor destacam que a decisão da GM vai além da política.
A empresa tem um histórico de abandonar projetos inovadores antes de darem resultado, como ocorreu com o EV1, Volt, Bolt e outros modelos promissores que acabaram arquivados por pressão de acionistas e foco em resultados imediatos.
A decisão também abre espaço para concorrentes diretos.
Ford continua expandindo a presença da E-Transit, enquanto a Rivian avança no mercado de entregas com sua própria linha de vans elétricas — ambas mirando o mesmo segmento que a BrightDrop agora deixa vago.
O futuro da eletrificação no setor de entregas segue promissor, e o cancelamento do projeto pode ser visto como uma decisão de curto prazo que compromete a competitividade da GM no médio e longo prazo.
Mesmo com limitações de tamanho e foco mais específico, as vans da BrightDrop estavam conquistando espaço — e agora, desaparecem justo quando começavam a crescer.
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