A confiança dos consumidores em veículos autônomos, que já era baixa, acaba de sofrer mais um duro golpe.
A Zoox, empresa de robotáxis controlada pela Amazon, anunciou o recall de 332 veículos após descobrir um erro crítico: os carros podiam invadir a pista contrária e até parar de frente para o tráfego vindo na direção oposta.
Segundo a agência americana de segurança viária (NHTSA), os incidentes ocorreram principalmente em cruzamentos, onde os carros faziam manobras incorretas e cruzavam indevidamente a linha amarela central da via.
Embora nenhum acidente tenha sido registrado, a situação é considerada extremamente grave, pois aumenta significativamente o risco de colisões frontais.
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O problema veio à tona em 26 de agosto, quando um robotáxi da Zoox realizou uma curva à direita mais ampla que o necessário e acabou parando dentro da faixa de sentido contrário.
A partir daí, a empresa iniciou uma investigação interna e encontrou 62 episódios semelhantes ocorridos entre agosto e dezembro.
Mesmo enquanto investigava, a Zoox já vinha tentando corrigir as falhas com atualizações de software. Uma primeira versão foi liberada em 7 de novembro e outra, mais abrangente, chegou no início de dezembro.
O relatório de recall, embora não entre em muitos detalhes técnicos, aponta causas variadas para os erros cometidos pelos veículos.
Entre elas estão a má identificação de veículos estacionados em locais irregulares, mudanças inesperadas na rota e tentativas mal executadas de evitar obstruir o cruzamento em momentos de tráfego intenso.
A correção definitiva foi implantada em 19 de dezembro, quando todos os robotáxis ativos em vias públicas receberam a nova atualização de software.
A Zoox afirmou que continuará monitorando os veículos para garantir que o problema não se repita e que ajustes futuros poderão ser feitos conforme necessário.
O episódio vem à tona num momento em que a confiança do público em veículos autônomos já é bastante limitada.
Segundo uma pesquisa recente da AAA, apenas 13% dos americanos dizem confiar na ideia de andar em um carro sem motorista.
Falhas como essa apenas alimentam o ceticismo e colocam pressão sobre as empresas que lideram o desenvolvimento dessa tecnologia.
Apesar do avanço rápido das soluções de direção autônoma, incidentes desse tipo mostram que ainda há muitos desafios técnicos e éticos a serem superados antes que os robotáxis ganhem aceitação em larga escala.
O caso da Zoox deve servir de alerta não só para outras empresas do setor, mas também para órgãos reguladores e o próprio público, que observa com cautela cada movimento desse mercado emergente.
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