
Se você já assistiu a uma corrida de Fórmula 1 e percebeu uma pequena luz vermelha piscando na traseira dos carros, saiba que ela não está ali por acaso – e muito menos por estética.
Esse detalhe quase invisível à primeira vista é, na verdade, um dos componentes de segurança mais importantes da categoria.
O piscar ritmado dessa luz LED tem funções vitais. Em dias de chuva, quando a pista vira um espetáculo de névoa e spray dos pneus, essa luz corta a cortina d’água e ajuda o piloto de trás a visualizar o carro à frente.
Mas a utilidade vai muito além da chuva.
Desde 2014, com a chegada dos motores híbridos, esse pequeno ponto vermelho também avisa que o carro está em modo de recuperação de energia – o famoso ERS (Energy Recovery System).
Ou seja: quando o sistema de recuperação cinética entra em ação, puxando energia dos freios para recarregar as baterias do carro, o veículo perde parte do impulso.
A luz começa a piscar para alertar que ele pode desacelerar de maneira inesperada, sem que esteja freando de fato. É uma forma de dizer “atenção aí atrás” em milissegundos, o que pode evitar colisões e abandonos desnecessários.
É por isso que essa luz costuma estar acesa não só em trechos molhados, mas também durante voltas de formação, treinos, voltas de retorno aos boxes e durante períodos de safety car.
O sistema é tão importante que, em raros casos, ele até muda de cor: quando aparece em verde, significa que o carro está sendo pilotado por um novato, alguém que ainda não possui a Superlicença completa da FIA – uma espécie de “placa de aprendiz” no mundo da F1.
E não pense que cada equipe pode escolher onde colocar essa luz. As regras da FIA são rigorosas: ela precisa estar posicionada a exatamente 300 mm do plano de referência do carro (com uma margem de erro mínima) e apontada em um ângulo reto para trás.
Fica normalmente acima do difusor, logo abaixo da asa traseira. E, hoje, os carros também têm luzes adicionais piscando nas extremidades da asa, sincronizadas com a principal.
A lógica é simples: quanto mais visível o carro estiver – seja em meio à chuva, seja em plena recuperação de energia – mais segura será a disputa roda a roda. Um piscar discreto pode ser a diferença entre um mergulho certeiro ou um toque desastroso.
Portanto, na próxima vez que você notar aquela luz vermelha piscando na traseira de um carro de F1, lembre-se: ela pode não ser tão cara quanto o volante de seis dígitos que o piloto está segurando, mas é uma peça crucial para manter tudo sob controle no caos controlado das pistas.
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