O Mercedes-Benz EQS chegou ao mercado com a missão de bater de frente com o Tesla Model S e firmar a marca alemã no segmento de carros elétricos de luxo.
Mas, apesar da tecnologia embarcada e do posicionamento premium, o modelo nunca teve a aceitação esperada. Agora, a própria Mercedes admite que errou o timing e a abordagem com o EQS.
Quem fez essa revelação foi Gorden Wagener, chefe de design da marca. Em entrevista à revista britânica Autocar, ele reconheceu que o EQS talvez tenha sido lançado “uns 10 anos antes do tempo”.
Segundo Wagener, o modelo foi mal interpretado por grande parte do público, que esperava algo mais próximo de um S-Class elétrico — algo que o EQS nunca teve a pretensão de ser.
O estilo do EQS, com sua carroceria em formato de “gota aerodinâmica”, foi alvo de críticas desde o lançamento.
Com um desenho mais arredondado e sem o tradicional capô longo que remete ao luxo e ao status dos sedãs executivos, o modelo acabou destoando das expectativas de quem buscava um sucessor elétrico da Classe S.
“Talvez devêssemos ter vendido o EQS como um CLS futurista ou um S-Class Coupé”, admitiu Wagener.
Na tentativa de tornar o modelo mais “palatável”, a Mercedes até realizou um leve facelift, alterando a grade frontal. Mas a silhueta tipo “ovo” permaneceu, e a crítica ao design continuou. Diante desse cenário, a marca decidiu que não haverá uma segunda geração do EQS.
Em vez disso, a Mercedes vai adotar uma nova estratégia: unir a S-Class e o EQS em uma única linha, com opções tanto a combustão quanto elétricas — fórmula já adotada por concorrentes como a BMW, com sua Série 7 e o i7.
Essa fusão está prevista para acontecer até o final da década, possivelmente por volta de 2030.
Enquanto isso, o EQS deve seguir em produção por mais alguns anos. A Mercedes planeja atualizações incrementais, com foco em tecnologia e conforto, mas sem mudanças drásticas no visual.
Uma nova reestilização mais completa pode ser apresentada já no ano que vem, mas tudo indica que a marca não pretende mexer demais no desenho do carro.
O caso do EQS serve como alerta para montadoras que tentam se antecipar demais ao mercado. Embora tecnicamente avançado, o modelo talvez tenha chegado em um momento em que o público ainda não estava pronto para aceitar uma proposta tão disruptiva em um sedã de luxo.
E agora, com os aprendizados em mãos, a Mercedes pretende alinhar melhor forma e função na próxima etapa de sua eletrificação.
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