Há mais de uma semana, o navio cargueiro Morning Midas arde em chamas no meio do oceano Pacífico, a cerca de 500 quilômetros da costa do Alasca.
O incêndio começou de forma misteriosa, mas a suspeita inicial recai sobre o convés onde estavam armazenados veículos eletrificados, incluindo 70 carros elétricos puros e outros 681 híbridos. Ao todo, o navio transportava 3.048 automóveis.
Com a situação fora de controle, a tripulação de 22 pessoas precisou abandonar o navio às pressas. Todos foram resgatados em segurança por outro cargueiro, o Cosco Hellas, que estava próximo à área.
Desde então, o Morning Midas está à deriva, com velocidade média de apenas 3 km/h, enquanto segue queimando lentamente sem qualquer intervenção direta.
A Guarda Costeira dos Estados Unidos acompanha o caso de perto. Um avião modelo HC-130J sobrevoa regularmente a área e monitora o progresso do incêndio.
Embora o casco do navio não esteja adernando nem fazendo água, o fogo consumiu boa parte da estrutura externa, transformando o que antes era um navio polido e funcional em uma carcaça escurecida e instável.
A comandante do Distrito 17 da Guarda Costeira, Megan Dean, afirmou que o foco é garantir a segurança de todos os envolvidos e mitigar possíveis impactos ambientais.
Este tipo de acidente, embora alarmante, não é inédito. Em 2022, o navio Felicity Ace, carregado de veículos de marcas europeias, também pegou fogo no Atlântico e afundou após dias em chamas.
A diferença agora está no tipo de carga: veículos eletrificados representam novos desafios para as autoridades. Incêndios com baterias de lítio são mais intensos, difíceis de apagar e requerem equipamentos específicos, ainda escassos no setor naval.
Montadoras como a Hyundai já se movimentaram.
A marca desenvolveu uma ferramenta chamada EV Drill Lance, capaz de perfurar o assoalho dos carros e combater diretamente o núcleo do fogo, reduzindo drasticamente o tempo de contenção.
Algumas embarcações da empresa já estão equipadas com a tecnologia.
A verdade é que novos problemas exigem novas soluções.
O avanço da eletrificação exige que governos, empresas e operadoras marítimas se adaptem rapidamente, ou tragédias como a do Morning Midas poderão se tornar cada vez mais frequentes.
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