
A Nissan entrou em modo de sobrevivência e está levando a sério sua missão de cortar custos em escala global.
A montadora japonesa formou uma equipe de 3.000 funcionários dedicados exclusivamente a identificar e implementar medidas de economia, sob a liderança de Tatsuzo Tomita, apelidado pela mídia de “czar do corte de custos”.
Em apenas três meses, o grupo já sugeriu mais de 4.000 ideias, das quais 1.600 foram consideradas viáveis, segundo a AutoNews.
O trabalho vai desde detalhes logísticos até mudanças de design.
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Um exemplo simbólico são os encostos de cabeça: hoje, a variedade de modelos ocupa espaço equivalente a duas quadras de tênis em estoque e exige caminhadas de até 30 mil passos por dia para movimentação.

Ao reduzir a quantidade de versões, a Nissan estima cortar custos e otimizar processos.
Outro alvo são os faróis. Atualmente, os modelos da marca projetam feixes de luz mais amplos do que a média da indústria, o que exige peças específicas e mais caras.
A ideia é padronizar as lanternas em linha com a concorrência, diminuindo a dependência de componentes exclusivos.
Até os corantes dos tecidos internos foram revisados: a tinta atual é resistente a raios UV, mas como os vidros dos carros já bloqueiam esse efeito, a Nissan passará a usar pigmentos mais simples e baratos.
As mudanças também atingem a logística.

A empresa estuda enviar componentes pré-montados às fábricas para reduzir tempo e custos de produção, além de ampliar a rede de fornecedores chineses, que oferecem preços mais competitivos.
Apesar do rigor, Tomita insiste que a montadora não pretende “baratear” seus carros. Cada sugestão passa por uma análise rigorosa para garantir que itens perceptíveis ao cliente não percam qualidade.
“Nós criamos complexidade demais ao buscar volumes e muitas especificações próprias. Agora precisamos ser ágeis em um ambiente que muda rapidamente”, afirmou o executivo.
O aperto no cinto chega até à linha elétrica. A Nissan confirmou que o Ariya será descontinuado após 2025, parte de uma reavaliação mais ampla do portfólio para priorizar rentabilidade.
A decisão reforça o tom de urgência: a marca, que já foi pioneira com o Leaf, tenta evitar mais atrasos enquanto rivais como Tesla e BYD dominam o espaço dos EVs.
Para a Nissan, o recado é claro: só simplificando processos, cortando excessos e apostando em eficiência será possível voltar a ser competitiva em um mercado cada vez mais impiedoso.
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