
Sob nova liderança, a Nissan traçou um plano ambicioso para recuperar espaço no mercado global — e a peça central dessa virada será a tecnologia de condução autônoma.
A montadora japonesa anunciou que lançará, até o final do ano fiscal de 2028, a nova geração de seu sistema ProPilot, prometendo rivalizar com o polêmico Full Self-Driving (FSD) da Tesla, mas com um toque de inteligência britânica.
O segredo da aposta está na parceria com a startup de inteligência artificial Wayve Technologies, sediada no Reino Unido e financiada pelo SoftBank.
Segundo a Nissan, a integração da IA da Wayve permitirá que a nova versão do ProPilot opere com mais eficiência em ambientes urbanos complexos, usando menos sensores e câmeras, graças a um software que simula a percepção humana.
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“Nosso sistema é mais inteligente que o FSD da Tesla, embora ainda não tão refinado como produto final”, afirma Tetsuya Iijima, gerente geral da divisão de engenharia de condução assistida da Nissan.
A nova versão do ProPilot continuará sendo classificada como Nível 2 de autonomia — ou seja, exige atenção constante do motorista —, mas marca o passo mais ousado da montadora rumo à mobilidade autônoma.
A Nissan foi uma das pioneiras ao lançar o ProPilot original em 2016, voltado para manter o carro centralizado na faixa e com distância segura dos veículos à frente.
Em 2019, a segunda geração do sistema já permitia condução sem as mãos em rodovias. Agora, a evolução quer levar essa autonomia às ruas urbanas, com maior fluidez e consciência situacional.

Mesmo assim, a Nissan ainda corre contra o tempo. Enquanto isso, a China já testa serviços de robotáxis em várias cidades, com empresas como Baidu e Pony.ai oferecendo condução autônoma em nível 4 — onde os carros dirigem sozinhos em áreas limitadas, sem intervenção humana.
A comparação é dura para o Japão, onde as leis de trânsito ainda obrigam um condutor presente e alerta, dificultando a adoção plena da tecnologia.
Mas há também oportunidades. Com uma população cada vez mais envelhecida e escassez de motoristas profissionais, o Japão se mostra um terreno fértil para soluções de condução assistida.
A Nissan, inclusive, planeja lançar um serviço de carona autônoma em 2027, como forma de atender regiões onde o transporte humano começa a desaparecer.
Em paralelo, outras montadoras japonesas também se movimentam.

A Toyota, por exemplo, anunciou neste ano uma colaboração com a Waymo, empresa de direção autônoma do grupo Alphabet (dono do Google), demonstrando que o setor finalmente acelera rumo a um novo paradigma.
Apesar de bilhões investidos por montadoras e gigantes da tecnologia, o tão esperado Nível 5 — com total autonomia em qualquer condição — ainda está longe da realidade.
Mas a Nissan acredita que seu novo sistema dará um salto importante, reduzindo os limites entre homem e máquina.
“A percepção do nosso sistema está próxima à de um ser humano”, garantiu Iijima, após um teste de protótipo em Tóquio. “Acreditamos que essa tecnologia vai transformar vidas.”
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