
A Nissan passa por um dos momentos mais delicados de sua história recente e já deixou claro que o impacto vai além de fábricas e concessionárias.
A marca anunciou que seus estúdios de design em San Diego, nos Estados Unidos, e em São Paulo, no Brasil, serão fechados até março de 2026, em um movimento que inclui ainda cortes de equipes no Japão e no Reino Unido.
Segundo Alfonso Albaisa, chefe global de design da Nissan, a medida é apresentada como uma forma de “enxugamento estratégico”, mas na prática reflete a necessidade de reduzir custos após sucessivos prejuízos e uma onda de demissões que já atinge 20 mil funcionários no mundo.
O curioso é que o estúdio da Nissan em Xangai tem se mostrado muito mais eficiente do que os demais.
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De acordo com a Automotive News, a equipe chinesa consegue entregar projetos em até 40% menos tempo do que os outros centros da marca. Essa produtividade acelerada explica por que a empresa vem concentrando esforços na Ásia.

O objetivo final é reduzir o ciclo de desenvolvimento de um novo modelo de 52 para 37 meses, e no caso da próxima geração de veículos, de 48 para apenas 30 meses.
Para o consumidor, isso pode significar lançamentos mais rápidos e carros atualizados com tendências de mercado em tempo recorde.
O primeiro exemplo dessa estratégia deve ser o novo Infiniti Q50, que surge com a promessa de um motor biturbo e até opção de câmbio manual, algo raro hoje em dia.
O modelo está sendo desenhado já dentro desse cronograma comprimido, e será o teste de fogo para saber se a pressa compromete ou não a qualidade.
O fechamento do estúdio de San Diego carrega também um peso simbólico. Criado em 1979, ele foi responsável por conceitos ousados e por modelos marcantes como a picape Hardbody, que ajudou a consolidar a Nissan no mercado americano.

O encerramento representa o fim de um ciclo criativo importante para a marca.
Apesar das más notícias no âmbito corporativo, a linha atual da Nissan mostra que ainda há fôlego criativo.
O esportivo Z conquistou fãs pelo design retrô e moderno ao mesmo tempo, o Leaf ganhou melhorias significativas frente às primeiras versões, a picape Frontier é destaque no segmento e até o compacto Kicks apresenta um estilo atraente.
Resta saber se, com menos estúdios e equipes mais enxutas, a Nissan conseguirá manter esse ritmo de acertos.
A aposta agora é em eficiência, velocidade e no talento de seus times na Ásia, que precisarão carregar quase sozinhos a responsabilidade pelo futuro visual da marca.
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