
O Chevrolet Onix 2026 chegou ao mercado brasileiro com mudanças pontuais no visual, melhorias na eficiência e novidades técnicas, mas um detalhe mecânico talvez seja o mais relevante — e polêmico — entre as alterações: a troca do fornecedor da correia dentada banhada a óleo.
O componente, que integra o motor 1.0 turbo do hatch e do sedã Onix Plus, vinha sendo alvo de críticas por parte de proprietários devido ao desgaste precoce, o chamado “esfarelamento”.
Segundo a Chevrolet, o problema está relacionado, em boa parte dos casos, ao uso de óleo lubrificante fora da especificação recomendada no manual do proprietário.
Ainda assim, a montadora reconheceu a necessidade de mudança e decidiu substituir o fornecedor da peça, adotando agora um novo composto químico que promete resistência maior mesmo em situações de manutenção incorreta, segundo reportagem do UOL.
Isso é bastante comum no mercado de seminovos, especialmente entre carros de frotistas, locadoras ou revendas.
Embora a correia seja projetada para durar até 240 mil km, a condição para essa longevidade é clara: trocar o óleo do motor — que também lubrifica a correia — a cada 10 mil km e usar o lubrificante certificado pela própria General Motors.
Se esse processo for negligenciado, o resultado pode ser um ambiente químico agressivo no motor, com acidez suficiente para reagir com a borracha da correia e provocar a liberação de partículas que entopem o sistema da bomba de vácuo.
Em casos extremos, isso compromete até o funcionamento do freio, já que o endurecimento do pedal pode ser sintoma desse entupimento.
A GM insiste que a correia não rompe de forma súbita, mas se degrada com o tempo — o que reforça a necessidade de atenção aos detalhes de manutenção.
Isso coloca em alerta o consumidor de seminovos: como garantir que o óleo usado no passado estava dentro das exigências? Será que o carro passou por revisões feitas corretamente?
A preocupação é legítima, especialmente para quem está fora do período de garantia estendida para cinco anos que a Chevrolet agora oferece no modelo zero-quilômetro.
Mesmo com o novo fornecedor da correia e a promessa de maior durabilidade, a recomendação da montadora é clara: óleo fora do padrão pode anular qualquer avanço técnico.
O cliente tem liberdade para escolher o lubrificante, sim, mas ele precisa ser homologado pela General Motors — caso contrário, os efeitos adversos continuam sendo um risco real.
Além da correia revista, o Onix 2026 perdeu 1 cavalinho de potência — caiu de 116 para 115 cv —, numa medida voltada para reduzir emissões.
O torque, por sua vez, permanece inalterado: 16,8 kgfm com etanol. O motor segue sem injeção direta, ao contrário do que se vê em modelos como Tracker e Montana.
Como ponto positivo, o consumo foi aprimorado e agora chega a 17,7 km/l com gasolina na estrada, segundo o Inmetro.
Visualmente, o modelo recebeu discretos retoques, com faróis full LED na dianteira e novas lanternas traseiras com tarja iluminada.
Por dentro, a Chevrolet manteve o pacote já conhecido, enquanto a principal novidade mecânica está mesmo sob o capô — e promete ser decisiva para acalmar os donos que já vinham perdendo a paciência com a tal correia banhada a óleo.
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